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Subscritores de carta pedem ações que valorizem património fotográfico

Representantes de meia centena de fotógrafos e investigadores que subscreveram uma carta apelando à defesa do património fotográfico nacional vão apresentar, na quinta-feira, junto da tutela, um conjunto de ações para "colocar a fotografia ao serviço da sociedade".

Subscritores de carta pedem ações que valorizem património fotográfico
Notícias ao Minuto

22:00 - 30/09/20 por Lusa

Cultura Fotofgrafia

O grupo, que foi crescendo e ganhando mais aderentes desde fevereiro, quando a carta foi enviada à ministra da Cultura, Graça Fonseca, obteve recentemente uma resposta da tutela e vai reunir-se quinta-feira, às 17:30, com a secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, disse hoje um dos representantes à agência Lusa.

Para Pedro Letria, fotógrafo e professor, "é urgente criar uma ação concertada de iniciativas para definir e consolidar a prática de arquivo, tratamento e exibição de espólios de um património riquíssimo do país".

"Não estamos a dizer que seja uma área prioritária, nesta altura da pandemia, mas ela faz parte do programa do Governo, e, nessa linha, consideramos necessário olhar para a fotografia como um todo, identificando um plano de ação", salientou o fotógrafo.

Entre as quase cinco dezenas de subscritores da carta estão fotógrafos, curadores, investigadores, artistas e professores como Ana Caria Pereira, António Júlio Duarte, Augusto Brázio, Catarina Simão, Duarte Amaral Neto, Emília Tavares, Filomena Serra, João Henriques, João Pina e Lara Jacinto, entre outros.

Pedro Letria comentou que "ao longo das décadas, os esforços foram poucos para valorizar a fotografia e o Centro Português de Fotografia encontra-se num ponto de inação que não corresponde à realidade atual da área".

"É também preciso organizar e facilitar o acesso às coleções a quem as estuda e ensina", advogou, comentando que esta situação de "falta de empenho antecede a pandemia".

Após o 25 de Abril, os poderes públicos iniciaram campanhas de localização, inventário e recolha dos espólios fotográficos históricos ainda existentes, tendo sido criada a Coleção Nacional de Fotografia, hoje sob tutela da Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB).

Alegam que, "atualmente, o maior arquivo de coleções fotográficas históricas nacionais está dividido entre o Arquivo Nacional Torre do Tombo e o Centro Português de Fotografia, ambos serviços dependentes da DGLAB, não existindo nenhuma componente museológica e de investigação sistemática agregada à gestão deste fulcral acervo".

Em 1997, foi criado o Centro Português de Fotografia, entidade que criou um encontro "entre a componente documental/arquivística e a museológica", mas a sua extinção em 2007 e a fusão com o Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo e a atual tutela pela DGLAB, dizem, "ditou o fim de uma era com meios financeiros e técnicos suficientes para desenvolver um programa integrado entre estas duas vertentes estruturais de trabalho".

Os subscritores lamentam que, atualmente, o Centro Português de Fotografia esteja "reduzido às tarefas arquivísticas de tratamento documental dos acervos nacionais, ainda assim com efetiva falta de meios".

Face a esta panorama que consideram ser de "abandono e inação", defendem a criação de um Museu Nacional da Fotografia, a partir do atual Centro Português de Fotografia, "com a mesma importância institucional e a mesma tutela dos restantes museus nacionais".

Este museu seria destinado à preservação, inventariação, digitalização, investigação, divulgação e aquisição das coleções fotográficas nacionais.

Sugerem ainda que este museu seja dotado dos meios técnicos e humanos para "assegurar as urgentes e inadiáveis tarefas de conservação e restauro das centenas de milhar de espécies fotográficas que aguardam intervenção apropriada".

O Governo liderado por António Costa definiu como um dos objetivos para a Cultura a criação de um Museu Nacional da Fotografia, "a partir dos equipamentos já existentes" e com dois núcleos no país, segundo o programa do executivo.

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