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Figuras públicas e entidades lamentam morte da encenadora e atriz

Várias figuras públicas e entidades, na sua maioria ligadas ao Teatro, usaram hoje as redes sociais para lamentarem a morte, aos 77 anos, da atriz e encenadora Fernanda Lapa, fundadora da Casa da Comédia e da Escola de Mulheres.

Figuras públicas e entidades lamentam morte da encenadora e atriz
Notícias ao Minuto

13:57 - 06/08/20 por Lusa

Cultura Óbito

Fernanda Lapa morreu hoje, aos 77 anos, em Cascais, onde estava hospitalizada, anunciou a Escola de Mulheres, companhia que dirigiu desde a sua fundação, em 1995.

Ao longo da manhã desta quinta-feira, vários atores lamentaram a morte da encenadora e atriz, partilhando fotografias de Fernanda Lapa e pequenos textos.

O ator Nuno Lopes lamentou os "dias cada vez mais tristes", enquanto a atriz e encenadora Susana Arrais agradeceu a Lapa por tudo o que fez por si "como aluna, como atriz, como mulher em Portugal".

A também atriz Alexandra Lencastre saudou a "querida maravilhosa talentosa generosa Fernanda", que fará "tanta falta", enquanto Diogo Infante enalteceu o "vulto incontornável da cena teatral em Portugal".

Também ator, o diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues, considera que se perdeu "uma extraordinária artista e um exemplo de integridade".

Já o realizador Vicente Alves do Ó afirmou que "o país perdeu um tesouro" e o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, fala em "talento e integridade".

Nascida em Lisboa em maio de 1943, Fernanda Lapa, "uma eterna apaixonada pelo Teatro", soube "desde cedo que o Teatro seria a sua vida", como recorda a Escola de Mulheres - Oficina de Teatro, que fundou em 1995 e onde era diretora artística, num comunicado hoje divulgado.

Os últimos 25 anos de vida de Fernanda Lapa foram dedicados, em grande parte, àquela companhia, cujo nome se inspira na peça de Molière "L'école des femmes", criada em Lisboa por um conjunto de mulheres de gerações diferentes e experiências diversas, mas com o sentimento comum - a consciência - do papel de subalternidade a que a mulher tem sido reduzida no teatro português.

Várias vezes premiada, Fernanda Lapa coordenou as comemorações do centenário de Bernardo Santareno, que se assinala este ano, de quem a Escola de Mulheres vai levar ao palco, em novembro, a obra 'O Punho', com versão cénica da atriz e encenadora.

Com "profunda tristeza, reconhecimento e admiração pela pessoa, personalidade e labor artístico de Fernanda Lapa", a equipa da Companhia de Teatro de Braga partilhou que foi "com total incredulidade" que leu a notícia da morte da encenadora e atriz.

"Será com mais vontade e determinação, agora também em sua Memória, que a CTB continuará a comemorar Bernardo Santareno. Está neste momento a decorrer uma ação nesse contexto (hoje mesmo terá lugar uma sessão). Trata-se da Leitura Encenada do 'Crime da Aldeia Velha', com 20 participantes e dirigida pelo Philippe Leroux. Será um momento de Homenagem e saudade à Memória de Fernanda Lapa a um dos seus últimos projetos: a Comemoração Nacional do Centenário do nascimento de Bernardo Santareno", lê-se na nota da CTB.

A Plateia - Profissionais de Artes Cénicas manifesta "profundo pesar" pela morte de Fernanda Lapa, "figura incontornável do teatro português, imagem de luta e resistência e de profundo amor e dedicação à arte teatral".

"Esteve sempre, até ao fim, dedicada à procura de melhores e mais justas condições de trabalho na cultura", salienta.

O recém criado Movimento pelos Profissionais das Artes Performativas considera que não se pode "deixar passar em branco a triste notícia, para o setor da Cultura em Portugal, da morte, de quem muito contribuiu para o Teatro em Portugal, como a atriz, encenadora e até hoje diretora artística da companhia de teatro Escola de Mulheres - Oficina de Teatro".

Já a Academia Portuguesa de Cinema (APC) tem dificuldade em "resumir em poucas linhas o trabalho de uma vida tão marcante no panorama artístico português".

"Ao longo da sua vasta carreira em teatro, cinema e televisão, foram demasiadas as obras nas quais participou para poder enumerá-las", lê-se na nota partilhada pela associação.

A APC salienta que com a criação da Escolha de Mulheres, companhia que fundou em 1995 e da qual era diretora artística, "deu um passo determinante para uma maior representatividade e igualdade do trabalho de mulheres em Teatro".

A Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) de Lisboa, lamentando "profundamente" a morte de Fernanda Lapa, fala num "nome maior do teatro português".

Este ano, Fernanda Lapa foi autora da mensagem do Dia Mundial do Teatro (27 de março), a convite da Sociedade Portuguesa de Autores, na qual defendeu que se exija um plano de desenvolvimento teatral com futuro e que se aposte na força do teatro para as transformações que a atualidade exige.

"Amar o teatro e o público não é um conceito abstrato; amar não pode ser uma palavra sem conteúdo e, tal como a palavra drama, contém o sentido de ação", pelo que "homens e mulheres de teatro têm o dever imperioso de lutar por um teatro digno do nosso País e por uma classe teatral dignificada", defendeu a atriz e encenadora num texto em que explica por que motivo se escolhe ser dramaturgo.

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