Espinho recebe mostra de Nadir Afonso com inéditos da sua produção final
O Fórum de Arte e Cultura de Espinho (FACE) exibe, a partir de sábado, 50 obras de Nadir Afonso (1920-2013), entre as quais telas com paisagens citadinas ou balneares e alguns inéditos produzidos no final da sua carreira.
Cultura Exposição
Patente até 10 de outubro na Galeria Amadeo de Souza-Cardoso, a mostra intitula-se 'Do Círculo Vermelho à Cidade Geométrica' e tem curadoria da presidente da Fundação Nadir Afonso, Laura Afonso, que procurou assinalar o centenário do nascimento do pintor com "uma mostra antológica" percorrendo todo o seu percurso artístico.
"Por um lado, temos quadros que representam todas as fases de criação do autor ao longo da sua vida, o que é bom para quem vier conhecer a sua obra pela primeira vez, e, por outro, incluímos alguns inéditos de grandes dimensões, que foram criados nos último anos de Nadir e tornam a exposição mais interessante para quem já conhece bem a sua obra", explica Laura Afonso em declarações à Lusa.
Com entrada gratuita, a nova exposição distingue-se ainda pela sua "tónica especial", na medida em que explora temas que constituem "a essência de Espinho e da sua tradição marítima": inclui telas com "sugestões de cidade" e integra também "muitas cenas balneares, com figuras de mulheres na praia e a predominância dos seus azuis, tão característicos".
Laura Afonso admite que a maioria dos trabalhos presentes no FACE reflete o período mais geométrico da carreira de Nadir, no final dos anos 1940, mas defende que é "particularmente curiosa e interessante" a produção em que se "identificam referências ao ambiente de Espinho", por essa ser uma cidade onde o pintor foi presença assídua durante os seus estudos no Porto.
"Na altura, Espinho tinha uma vida muito ativa, cheia de casinos, cafés e tertúlias, e o Nadir ia lá muitas vezes, como já fizera Amadeo [de Souza-Cardoso] e acontecia também com outros intelectuais da época", afirma a curadora da mostra "Do Círculo Vermelho à Cidade Geométrica".
Quanto às obras do pintor a exibir pela primeira vez na presente mostra, a presidente da Fundação Nadir Afonso destaca o quadro que, numa tela de dois por 2,5 metros, apresenta "uma sugestão de cidade no estilo que é tão próprio do artista que facilmente se reconhece à primeira vista como sendo da sua autoria".
"Sabe-se logo que um quadro é do Nadir só de olhar para ele e isso só acontece com os autores mais geniais", conclui Laura Afonso.
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