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Ministra recorda "perfil de educador" e entusiasmo de José Garcês

A ministra da Cultura lamentou hoje a morte do autor José Garcês, recordando o "perfil de educador" de quem promoveu "o entusiasmo pela banda desenhada e pela História entre os mais jovens".

Ministra recorda "perfil de educador" e entusiasmo de José Garcês
Notícias ao Minuto

14:25 - 16/07/20 por Lusa

Cultura Óbito

"As suas bandas desenhadas sobre a História de Portugal, os seus acontecimentos e pessoas, foram para muitos o primeiro contacto com a nossa memória e o nosso património histórico. (...) A banda desenhada de José Garcês é um repositório de Portugal", afirma Graça Fonseca, em comunicado.

José Garcês, com mais de 70 anos de carreira, morreu na quarta-feira, aos 91 anos.

"O traço exato, detalhado e realista deste fantástico autor construiu imagens que ainda hoje associamos aos primeiros momentos em que, através da banda desenhada, começámos a saber a história do nosso país", lê-se na nota de pesar.

O nome de José Garcês está associado sobretudo à criação de BD documental com figuras e acontecimentos da História de Portugal, com um traço realista e detalhado, feito integralmente à mão, com tinta-da-china e aguarela.

A estreia na banda desenhada deu-se em 12 de outubro de 1946, quando a revista de BD O Mosquito publicou a história 'Inferno verde', seguindo-se ainda colaborações com a Cavaleiro Andante, Modas e Bordados, Mundo de Aventuras e também para as revistas Camarada e Fagulha, estas da Mocidade Portuguesa, organizações juvenis da ditadura de Oliveira Salazar.

A lista de revistas de BD com as quais colaborou é bastante extensa, à qual se junta uma ligação de duas décadas com a editora ASA, para a qual fez manuais escolares e percorreu o país em visitas a escolas, a partilhar esse entusiasmo pela banda desenhada e pela História.

Foi também pela ASA que saíram vários volumes da obra 'A História de Portugal em BD', coassinada com António do Carmo Reis, possivelmente uma das mais conhecidas de José Garcês.

Desenhou ainda outras obras biográficas sobre figuras históricas, como Bartolomeu Dias, Cristóvão Colombo e o rei João V, e publicou a história, em BD, de várias localidades, como Porto, Guarda, Faro e Pinhel.

Nascido em Lisboa, em 23 de julho de 1928 - completaria em breve 92 anos -, José Garcês viveu e tinha atelier na Amadora, tendo doado parte do acervo ao município.

Em 1991, a autarquia atribuiu-lhe a medalha municipal de mérito e o festival AmadoraBD distinguiu-o com o troféu de honra.

A par da banda desenhada, José Garcês trabalhou durante 40 anos no antigo Serviço Nacional de Meteorologia, onde desenhou as cartas de previsão meteorológica e chefiou o departamento de desenho.

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