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'Beethoven e os seus seguidores' no Coliseu do Porto

O concerto 'Beethoven e os seus seguidores', agendado para o próximo dia 19, no Coliseu do Porto, pretende desmistificar a ideia de que a música instrumental é "algo antigo e muito sério", disse hoje o maestro Osvaldo Ferreira.

'Beethoven e os seus seguidores' no Coliseu do Porto
Notícias ao Minuto

22:03 - 09/07/20 por Lusa

Cultura Coliseu do Porto

Com um máximo de 40 músicos em palco e 1.200 pessoas na audiência, "Beethoven e os seus seguidores", da Orquestra Filarmónica Portuguesa (OFP), subirá ao palco do Coliseu, às 11:00 de um domingo, num convite às famílias com crianças a partir dos três anos.

"Beethoven é o grande marco da música orquestral, um grande sinfonista, aquele que marca um caminho para o futuro. Pretende-se que este concerto seja interativo e pedagógico -- eu próprio vou comunicar com o público --, lúdico e divertido, para desmistificar a ideia de que a música instrumental é antiga e muito séria. E os pais ou os coabitantes vão sentir-se em segurança levando as suas crianças a salas de espetáculos", disse Osvaldo Ferreira.

Em declarações à agência Lusa, o maestro titular da OFP descreveu o programa, bem como as medidas de segurança que estão a ser estabelecidas para o concerto, numa fase em que as salas de espetáculos começam a reabrir após meses de confinamento devido à covid-19, pandemia que já provocou mais de 549 mil mortos, incluindo 1.644 em Portugal.

"Temos de contrariar a intermitência que é a coisa pior para fidelizar público. Temos de continuar a fazer concertos e mostrar às pessoas que, se saem de casa e vão ao supermercado ou ao restaurante, também vão estar seguras num espetáculo. Será uma forma também lúdica de ensinar os mais pequeninos como se devem comportar numa sala, mesmo sabendo que, por vezes, possa haver um pouco de barulho aqui ou acolá, mas eles vão aprendendo e vão-se habituando", descreveu.

No ano da comemoração do 250.º aniversário do nascimento de Beethoven, este concerto sinfónico comentado pretende ser uma "viagem" pelo mundo do compositor alemão, bem como de grandes compositores que o sucederam, como Brahms, considerado o primeiro grande compositor da plenitude do Romantismo alemão, Dvorák que, com a sinfonia "Do Novo Mundo", levou traduziu as suas impressões do novo continente, no idioma de tradição europeia, e Johann Strauss II, considerado o responsável pela democratização da chamada música erudita, ao levá-la, em dança e sob a forma de operetas, para cafés, bares e praças de Viena.

"Beethoven, quando surge, e surge após dois grandes mestres do período clássico, Mozart e Haydn, revoluciona tudo com as suas sinfonias, dando um impulso à música instrumental que se impôs como espetáculo e deixou de ser subserviente das outras artes. Foram construídos grandes auditórios graças a Beethoven e às suas sinfonias que necessitavam de espaço para a música instrumental. Revoluciona e influencia todos quantos se seguem, daí os temas escolhidos [para este concerto], temas para estimular o gosto das crianças", explicou Osvaldo Ferreira.

Já sobre o nome do concerto -- "Beethoven e os seus seguidores" --, o maestro descreveu que esta é "uma espécie de brincadeira" em alusão às redes sociais, acrescentando que, "neste mundo novo", também cabem "as regras necessárias para garantir a segurança", quer de músicos, quer de público dentro das salas de espetáculo.

Os músicos em palco usarão máscara, à exceção dos instrumentistas de sopro, sendo permitido aos restantes que, "de vez em quando, devido ao cansaço, a retirem revezadamente".

Acrílicos e distanciamento entre músicos são outras das novidades do desafio de "'desconfinar' orquestras", enquanto na plateia, numa sala que originalmente recebe cerca de 4.000 pessoas, estará apenas um quarto.

"Estamos a seguir normas nacionais e internacionais e atentos a outros países. Na Alemanha, por exemplo, está a ser permitido retirar as máscaras. O vírus é novo e as informações da própria Organização Mundial da Saúde são, às vezes, contraditórias. Temos monitorizado, permanentemente, os músicos e acreditamos que as famílias se sentirão confortáveis e seguras", concluiu.

Osvaldo Ferreira vai comentar o concerto entre músicas, contando "aos mais jovens e aos mais graúdos" a história das obras e dos compositores, bem como explicando a 'movimentação' da orquestra.

Os preços vão desde os três aos trinta euros, com descontos para menores de 12 e maiores de 65 anos, estudantes de música. Os Amigos Coliseu beneficiarão da oferta de um segundo bilhete na compra de um.

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