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Paulo Arraiano e Mariana Gomes exibem exposição na Travessa da Ermida

Obras em vídeo e gravura de Paulo Arraiano e Mariana Gomes, que refletem sobre as alterações climáticas e a obsessão pelo entretenimento, vão estar em exposição na Travessa da Ermida, em Lisboa, a partir de 13 de junho.

Paulo Arraiano e Mariana Gomes exibem exposição na Travessa da Ermida
Notícias ao Minuto

17:28 - 02/06/20 por Lusa

Cultura Exposição

As exposições 'Inhale, Exhale (self-breathing kit)', de Paulo Arraiano, e 'A Failed Entertainment #1 - Indução', de Mariana Gomes, vão abrir em simultâneo e ficarão patentes até 11 de julho, de acordo com a programação do projeto.

Paulo Arraiano criou uma instalação e vídeo para o espaço expositivo no interior da ermida Nossa Senhora da Conceição, que levantam questões atuais sobre alterações climáticas, biosfera, extinção, transhumanismo e a chamada Era do Antropoceno.

A prática deste artista "relaciona-se com uma ideia de sismografia visual, medindo ondas relativas a novos paradigmas naturais, sociais e culturais, numa pesquisa entre matéria-não matéria, que envolve o corpo, a paisagem e a tecnologia", na descrição da Travessa da Ermida.

A exposição 'A Failed Entertainment #1 - Indução', de Mariana Gomes, corresponde ao primeiro momento do programa 'A Failed Entertainment', um projeto curatorial desenvolvido por Ana Anacleto para o espaço De Porta a Porta da Ermida, centrado na apresentação de múltiplos de gravura.

Usando o espaço de uma porta, que é também uma montra, o projeto apresenta à vez, uma única obra de um/a artista convidado/a a produzir especificamente para o contexto proposto.

O nome do projeto 'A Failed Entertainmet' cita o título provisório que David Foster Wallace atribuiu ao seu romance maior, datado de 1996, e cujo título oficial é 'The Infinite Jest'.

O projeto procura posicionar-se "no reverso da atualidade", mais precisamente "nessa dobra do real que permite contrariar a tendência de um mundo dominado pelo digital e por uma perseguição obsessiva do entretenimento".

"Interessa-nos, por isso, a assunção deceptiva do fracasso, a frustração das expectativas, o momento falhado, a desconstrução das narrativas visuais, a negação da perceção imediatista, permitindo a definição de um território de fruição que se posiciona espacial e temporalmente distante do cânon", descreve, sobre o conceito.

Sob o título 'Indução', Mariana Gomes "convoca um território de formas e referências que fazem habitualmente parte do seu universo criativo, apropriando-se não exatamente de uma imagem pré-existente, mas de uma ideia pré-existente: a possibilidade de criação de portais para acesso a universos paralelos".

Nos seus trabalhos de gravura, a artista cita, por um lado, os sistemas de teletransporte ou desmaterialização que encontra no universo literário e cinematográfico da ficção científica, e por outro, os processos de transmissão e transformação energética das cosmogonias ancestrais, acrescenta a Travessa da Ermida.

O espaço esteve encerrado devido à pandemia covid-19, reabriu a 19 de maio, e tem atualmente patente a exposição 'Carne Fraca', de João Timóteo.

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