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Maria Velho da Costa: Ler os seus livros é a melhor homenagem

A escritora Luísa Costa Gomes disse hoje que a melhor homenagem que pode ser feita a Maria Velho da Costa, que morreu no sábado, aos 81 anos, será ler os livros que publicou ao longo da vida.

Maria Velho da Costa: Ler os seus livros é a melhor homenagem
Notícias ao Minuto

16:15 - 24/05/20 por Lusa

Cultura Maria Velho da Costa

"Em vez de chorar o desaparecimento da Maria Velho deviam ler os livros que publicou ao longo da vida. Está tudo nos livros, a voz dela está lá toda, viva", disse à Lusa a escritora, dramaturga e tradutora portuguesa, que em 2012 adaptou para o teatro a "obra maior" de Maria Velho da Costa "Casas Pardas".

Luísa Costa Gomes reforça que a voz de Maria Velho da Costa "está toda nos seus livros", que publicou ao longo de mais de 50 anos.

"A Maria Velho não desapareceu. Leiam os livros", exorta a vencedora do Prémio Fernando Namora de 2010.

A dramaturga, que confessa a admiração por Maria Velho da Costa e pela sua obra, garante que tem boas recordações do processo de adaptação de "Casas Pardas", que estreou em 2012, no palco do Teatro Nacional São João (TNSJ), do Porto.

"Não foi complicado, foi uma experiência muito feliz. Era muito amiga e admiradora da Maria Velho, e foi uma felicidade trabalhar com um texto deslumbrante, magnífico e rico", relata.

Luísa Costa Gomes considera até que a noite de estreia foi "uma das melhores" da sua vida.

"Gostei muito, gosto da pessoa e da obra, foi uma experiência feliz", reconhece.

A peça "Casas Pardas", com encenação de Nuno Carinhas, estreou-se em dezembro de 2012, no TNSJ, transitando depois para o São Luiz, em Lisboa, em janeiro. A cenografia era de Pedro Tudela, os figurinos de Maria Gambina e, entre os intérpretes, maioritariamente femininos, estiveram Emília Silvestre, Anabela Teixeira, Carmen Santos e João Castro.

Maria Velho da Costa, Prémio Camões em 2002, morreu no sábado, aos 81 anos.

Considerada pela investigação literária uma das vozes renovadoras da literatura portuguesa desde a década de 1960, é autora de conto, teatro, mas sobretudo de romance, com obras como "Maina Mendes" (1969), "Casas Pardas" (1977), "Lucialima" (1983), "Missa in albis" (1988) e "Myra" (2008).

Com Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno, escreveu "Novas Cartas Portuguesas" (1972), uma obra literária que denunciava a repressão e a censura da ditadura do Estado Novo, que exaltava a condição feminina e a liberdade de valores para as mulheres, e que valeu às três autoras um processo judicial, suspenso depois da revolução de 25 de Abril de 1974.

Nascida em Lisboa, em 26 de junho de 1938, Maria de Fátima de Bivar Moreira de Brito Velho da Costa foi distinguida com os principais prémios da literatura portuguesa: o Prémio Vergílio Ferreira pelo conjunto da obra, os prémios D. Diniz, PEN de Novelística, Correntes d'Escritas, o Prémio da Associação Portuguesa de Críticos Literários e o Grande Prémio de Literatura dst, além do Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, o Grande Prémio de Teatro, o Grande Prémio de Romance e o Prémio Vida Literária, as maiores distinções da Associação Portuguesa de Escritores, e do Prémio Camões.

Era Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.

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