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"Saio de consciência tranquila", diz presidente do Coliseu do Porto

O presidente da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto, Eduardo Paz Barroso, disse hoje que sai de consciência tranquila de que fez tudo para fazer crescer aquela estrutura e lamentou a "deselegância" com que soube da sua substituição.

"Saio de consciência tranquila", diz presidente do Coliseu do Porto
Notícias ao Minuto

20:00 - 04/03/20 por Lusa

Cultura Porto

"Deixo o Coliseu enriquecido. O Coliseu enriqueceu e reinventou-se. Saio com a consciência tranquila de que fiz tudo o que estava ao meu alcance para fazer crescer o Coliseu e o Coliseu cresceu a vários níveis", afirmou aquele responsável em declarações à Lusa.

O presidente da direção lembra que quando, em 2014, chegou ao Coliseu, tinham sido feitas várias tentativas para encontrar alguém para liderar a instituição e "ninguém quis assumir essa responsabilidade".

"Eu saio do Coliseu enriquecido, mas a verdade é que já era quem era, do ponto de vista artístico, cultural, universitário, académico antes de chegar ao Coliseu", declarou.

Para Paz Barroso, a maior sala de espetáculos do Porto vive "um bom momento a todos os níveis", fruto do trabalho que diz ter desenvolvido ao longo destes últimos anos, nomeadamente ao nível da ligação do mercado, mas também da vertente de serviço público da cultura.

Referiu que a questão das obras, qualquer que fosse o seu presidente que se sentisse verdadeiramente responsável por um projeto público, tinha de ser colocada na agenda, já que, considera, "não é uma associação débil e frágil que vai conseguir congregar os milhões necessários para uma requalificação".

Na segunda-feira, o presidente da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto pediu a sua demissão, alegando razões de "dignidade e confiança" depois de, na sexta-feira, ter sabido, pela comunicação social, da sua substituição como representante Área Metropolitana do Porto (AMP) na direção da associação.

"Na sexta-feira, no final da reunião do conselho Metropolitano, quando tomei conhecimento pela comunicação social, contactei de imediato a minha representada para confirmar a notícia e, até ao momento, não tive qualquer retorno. O mesmo se passou com as comunicações que eu enviei por escrito relativamente à gestão corrente do Coliseu, onde documentei e fundamentei perguntas e preocupações, disse.

Um comportamento que Paz Barroso lamenta, sublinhando que "não se tratam assim as pessoas".

"Não sou nem menos nem mais do que outros, mas não se tratam assim as pessoas nem as instituições. Ficar a saber pela comunicação social que (?) sem ter comunicado, ia deixar de ser o seu representante [da AMP], para além de ser uma tremenda falta de educação e deselegância, acho que não é assim que se gere do ponto de vista do comportamento uma relação com uma instituição como o Coliseu", afirmou.

Paz Barroso, que preside a Associação dos Amigos dos Coliseu desde 2014, acrescenta que não é apenas a sua pessoa que é "desrespeitada", é também o Coliseu e os seus associados.

Para o presidente da direção, o comportamento da AMP é também "um sinal inequívoco" de que "não confiam" em si, mas se é assim, sublinha, deviam o ter chamado e comunicado.

À Lusa, o dirigente disse ainda que o seu lugar esteve sempre à disposição, tal como disse à Ministra da Cultura, numa reunião que teve com a governante no início de fevereiro e onde demonstrou "vontade de mudar de ciclo".

Paz Barroso relevou também que no final de dezembro foi chamado ao gabinete do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, para Che comunicarem a solução escolhida pelos poderes pública para financiar as obras do Coliseu orçadas em 8,5 milhões de euros.

"Eu ouvi, e desde aí o presidente do Coliseu nunca foi incluído no processo do futuro do Coliseu e provavelmente nem tinha de ser. Mas exatamente por não ter de ser, tinham feito o favor, ainda por cima tendo já terminado o mandato de me dispensar desta tarefa, que neste contexto é uma tarefa um bocadinho ingrata", declarou o dirigente que quer abandonar o cargo em abril.

No dia 28 de fevereiro, a AMP aprovou, por unanimidade, indicar o nome da socialista Maria João Castro para a representar na direção da Associação Amigos do Coliseu, para o triénio 2020-2023, faltando agora ao Estado, neste caso ao Ministério da Cultura, designar quem propõe para a direção e presidência.

Hoje em resposta à Lusa, a AMP explicou que escolheu Maria João Castro como elemento da nova direção, a ser eleita na Assembleia Geral, "uma vez que a atual está em fim de mandato".

A Área Metropolitana do Porto assinala que "não substituiu o Dr. Eduardo Paz Barroso, que completaria integralmente, em condições normais, o mandato para o qual foi eleito".

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