Companhia das Caldas fecha ano com colóquio sobre papel do teatro
O Teatro da Rainha encerra a programação anual, no próximo dia 14, com o colóquio 'Teatro, Espaço Vazio e Democracia'.
© Getty Images
Cultura Teatro
Na sua terceira edição, o colóquio tem como subtema "Não é um festival", mote para um conjunto de reflexões em torno do eixo teatro e democracia, e das relações das artes cénicas com o espaço e o tempo.
Se por um lado a ficção teatral se caracteriza pela "concisão temporal e a deslocalização espacial", por outro, defende a companhia numa nota à imprensa, o teatro, na sua relação com "os tempos [atuais]", tem que questionar "a sua condenação a evento" e a "sua submissão à lógica mediática que os produz evento", numa era de "sucessão de realizações descartáveis industrialmente ditas criativas".
A proposta do Teatro da Rainha é para uma viagem reflexiva desde os tempos do teatro grego, quando "o festival grego era de elaboração anual e a sua produção durava esse tempo". O "calendário democrático" segundo a companhia, prologava-se por todo ano, pela mão dos atores cuja representação "expunha tabus, questionava normas, poderes e comportamentos".
Hoje "as durações são outras e o tempo corre em fuga para um futuro que tememos e ninguém parece controlar", pode ler-se no comunicado em que a companhia convida oradores e publico do colóquio a "debruçar-se sobre o papel que o teatro pode ter" na construção de diferentes olhares sobre o futuro e o progresso num mundo de "Poderes desordenados".
O debate terá início às 15:00, na Sala Estúdio do Teatro da Rainha, com a participação de Manuel Vieites (Diretor da ESADg - Escola Superior de Arte Dramática da Galiza), Alexandra Moreira da Silva (professora na Escola de Estudos Teatrais na Sorbonne Nouvelle, em Paris), Christine Zurbach (presidente do Concelho Artístico do Departamento de Artes da Universidade de Évora), o poeta e jurista José Ricardo Nunes e o arquiteto Nuno Lopes, autor do projeto do novo edifício do Teatro da Rainha, atualmente em construção.
Em discussão estarão temas como "o modelo dos teatros públicos", "relações entre a dramaturgia e a democracia", "o teatro e as festas do povo em Rousseau", "poesia de dimensão cénica implícita" e "ensaios de uma cenografia numa arquitetura de cena prévia".
As entradas são livres e condicionadas aos cerca de 50 lugares disponíveis.
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