Exposição 'Desenterrando memórias' no Porto aborda legados coloniais
A exposição 'Desenterrando memórias', do grupo de artistas InterStruct Collective, baseada na análise e interpretação de objetos e legados coloniais portugueses é inaugurada esta sexta-feira no Rampa, um novo espaço cultural independente no Porto.
© iStock
Cultura Exposição
Monumentos públicos, nomes de ruas, selos postais, lembranças, medalhões, murais, coleções de museus e arquivos nacionais são alguns dos objetos e legados do passado colonial que serviram de base ao coletivo de artistas InterStruct Collective para construir a exposição.
O InterStruct Collective, composto por sete artistas e profissionais da cultura, serviu-se de um método curatorial "cooperativo para analisar legados coloniais que afetam as condições contemporâneas na cidade do Porto" e usou esses objetos "como catalisadores para acrescentar camadas de complexidade às narrativas e desvelar histórias, buscando restaurar o poder de indivíduos colonizados no passado e marginalizados no presente", lê-se no comunicado do Rampa.
Segundo o Rampa, cuja missão é ter produção independente e promover a visibilidade dos artistas do Porto, "esta exposição analisa criticamente os legados coloniais e enquadra o imaginário atual, composto por memórias, ruínas e lembranças no contexto do Porto".
"A práxis artística é utilizada como uma plataforma reflexiva para nutrir realidades futuras. Esta exposição analisa criticamente os legados coloniais e enquadra o imaginário atual, composto por memórias, ruínas e lembranças no contexto do Porto", lê-se no mesmo texto.
A primeira exposição colonial portuguesa ocorreu há 85 anos nos Jardins do Palácio de Cristal do Porto, mas "as forças económicas, culturais e políticas atuais ainda sustentam, cimentam e replicam algumas ideologias que foram fundamentais ao regime autoritário associado à exposição colonial", acrescenta o comunicado.
A exposição "Desenterrando memórias" é acompanhada por uma "caminhada crítica pelos Jardins do Palácio de Cristal" e contou com a parceria do coletivo MAAD - Mulheres, Arte, Arquitetura & Design, no âmbito do programa Satellites, da Porto Design Biennale.
O Rampa é um espaço "com 240 metros quadrados de área" no Pátio do Bolhão, junto à Rua do Bolhão, nasceu este ano a partir da associação cultural Rampa 125 e conta com cerca de 10 elementos fundadores, entre os quais arquitetos, 'designers', curadores e artistas do Porto, descreveu à Lusa Alexandra Balona, na altura da inauguração.
O coletivo InterStruct assume, por seu turno, que tem o objetivo de "fomentar um diálogo em torno do interculturalismo, proporcionando uma plataforma discursiva onde pessoas de diferentes origens culturais podem colaborar, propor intervenções e encenar projetos artísticos de importância social".
Seguro de vida: Não está seguro da sua decisão? Transfira o seu seguro de vida e baixe a prestação
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com