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Ai Weiwei diz que jovens "estão a tentar proteger direitos essenciais"

O artista e ativista chinês Ai Weiwei disse, em entrevista à agência Lusa, que os jovens dos protestos em Hong Kong estão "a tentar proteger direitos essenciais que salvaguardem o seu bem estar".

Ai Weiwei diz que jovens "estão a tentar proteger direitos essenciais"
Notícias ao Minuto

10:44 - 30/11/19 por Lusa

Cultura Hong Kong

Segundo o artista, realizador e ativista, a China tem "retirado direitos gradualmente" em Hong Kong, razão pela qual "a luta vai continuar a desenvolver-se".

"A demanda da Humanidade por liberdade nunca será parada pela violência e a ignorância", atira Ai Weiwei.

Segundo o autor de "The Rest", filme sobre a crise de refugiados na Europa que se estreia no dia 05 de dezembro, no Porto, esta situação "não é só sobre Hong Kong e China, mas antes sobre liberdade e democracia contra a ditadura e o autoritarismo".

Em simultâneo, Weiwei considera que "o Ocidente deve muito aos que têm lutado para proteger estes valores básicos", porque vê no mundo occidental um progresso gradual para uma sociedade "de vistas curtas e egoísta, que sacrifica os seus valores mais importantes e estabelecidos".

Na opinião do autor de "Human Flow", e crítico frequente das políticas chinesas, o mundo está "num momento de mudança", um contexto no qual "ativistas e defensores de direitos humanos são muito mais relevantes do que antes".

"Vão surgir muitas mudanças dramáticas no futuro, para se conseguir lidar com a globalização e o autoritarismo corporativo, que tem dividido o mundo e negligenciado os interesses da maior parte das pessoas", preconiza.

Sobre possíveis melhorias na consciencialização e atuação da sociedade, Weiwei pede uma noção de que "cada um deve agir". "Requer uma revolução no que toca ao entendimento do nosso tempo e descobrir soluções mais eficazes e arriscadas para todos estes problemas", afiança.

Nascido em agosto de 1957, em Pequim, Ai Weiwei tem trabalhado há décadas sobretudo na área do documentário e artes visuais, mantendo uma postura crítica sobre a China, em questões de direitos humanos, sendo autorizado a sair em 2015, já depois de vários trabalhos de investigação de corrupção no governo chinês, mas também após ter sido consultor do ateliê de arquitetura Herzog & de Meuron para o Estádio Nacional, para os Jogos de Pequim 2008.

Foi detido em 2011 no aeroporto da capital chinesa, tendo continuado preso durante 81 dias sem ser acusado, apenas com alegações de crimes económicos, quatro anos antes de sair para a Europa.

Em 2010, inaugurou na Tate Modern, em Londres, a exposição "Sunflower Seeds", uma abordagem às técnicas de produção massiva utilizadas na China para aumentar o produto destinado a exportação, antes de "Human Flow", filmado em mais de 20 países e exibido em Veneza em 2017.

O successor de "Human Flow", "The Rest", será exibido em estreia nacional no dia 5 de dezembro, na Universidade Católica do Porto, com o comentário do Alto Comissário para as Migrações, Pedro Calado.

A sessão é promovida em parceria pela associação Meeru -- Abrir Caminho com a pós-graduação em Direitos Humanos da Católica, o Cineclube EA e a Humans Before Borders (HuBB), tendo entrada gratuita, pelas 21:00.

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