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Teatro do Frio estreia no Porto nova produção 'Oásis'

O Teatro do Frio estreia na sexta-feira, no Teatro Helena Sá e Costa, no Porto, o espetáculo 'Oásis', uma criação coletiva, fruto de três residências artísticas, que propõe um diálogo intimista partindo das inquietações de nove criadores portugueses.

Teatro do Frio estreia no Porto nova produção 'Oásis'
Notícias ao Minuto

23:28 - 28/11/19 por Lusa

Cultura Teatro

Em cena, estão sete dos nove criadores. O palco que partilham há de dividir-se, ao longo do espetáculo, em sete micro espaços, onde o texto, a palavra e os silêncios ganham novas interpretações em cada cena.

Em algumas delas, o público é convidado a "posicionar-se". Às vezes como "massa", outras como indivíduo, num confronto com interrogações de contexto político, social ou privado.

"A ideia de um espetáculo mutável é permitir diferentes pontos de vista sobre uma ideia que até já está a ser construída. Cada um faz a sua edição e cada um escolhe o seu ponto de vista: participa, não participa. E participar de que forma? No centro, na periferia?", explicou, à Lusa, Catarina Lacerda, diretora artística do espetáculo.

'Oásis', diz Catarina, é, na verdade, "a tridimensionalização" das inquietações trazidas para palco. É um convite a ponderar sobre elas e a questionar sobre as possibilidades de fazer diferente.

Na folha de sala, Catarina Lacerda fala numa "maquete em tamanho real" que instiga à experimentação e à relação física com o público que é convidado a intervir, qual ator suplemente numa peça em constante recriação.

"Num dos documentos de inspiração que trouxemos, dizia-se: é bom mudar de opinião, não é uma fragilidade. Temos esse direito. E o espetáculo traz essa possibilidade", sublinhou no final do ensaio de imprensa.

Ao longo de 60 minutos, é proposta uma nova ocupação da sala de teatro. Um roteiro por outros espaços interiores, normalmente vedados, onde o público é convidado a experimentar um outro palco.

projeções de vídeo, música ao vivo e momentos de intimidade onde, no escuro, a alguns metros do ator, o espetador é confrontado com conceitos e interrogações sobre violência, especulação imobiliária ou comunismo liberal.

Como criação coletiva resulta de um processo de trabalho partilhado no último ano em três residências artísticas cujo "mapa mental" é materializado nesta nova produção.

Para entrar na pele que o espetáculo pede, Sara Neves, diz que foi preciso, sobretudo um trabalho de "sincronização" entre todos os elementos.

De áreas diferentes foi preciso encontrar um lugar comum onde o coletivo fosse capaz de contornar falhas ou dificuldades.

Rosário Costa, que também partilha o palco com Sara, o primeiro passo foi assumir como participante.

Para que "a pele do público reaja, há pele da Sara", explicou, para que o "pulsar do público reaja ao pulsar da música", é preciso que os atores sejam "os primeiros participantes".

O restante trabalho, diz Rodrigo Malvar, passou pela criação de uma empatia entre atores.

Inspirado numa conversa entre um barman e um cliente foi-se desenvolvendo novas intimidades e a confiança necessária para colocar em cena um espetáculo de co-criação.

A produção, que parte da exploração do ser humano com o espaço físico e virtual, a partir de abordagens multidisciplinares de nove criadores, entre músicos, compositores, interpretes e artistas visuais, sobe à cena sexta-feira pelas 21h00 e vai permanecer no Teatro Helena Sá e Costa até 01 de dezembro, com duas apresentações diárias, às 17h00 e às 21h00.

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