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Gregório Duvivier estreia 'Sísifo' em Portugal com digressão

O ator e humorista brasileiro Gregório Duvivier vai estrear em Portugal o espetáculo "Sísifo" numa digressão que passará por Lisboa, Braga, Caldas da Rainha, Porto e Estarreja a partir de 28 de novembro, anunciou hoje a produção.

Gregório Duvivier estreia 'Sísifo' em Portugal com digressão
Notícias ao Minuto

14:00 - 15/11/19 por Lusa

Cultura Gregório Duvivier

A nova peça, um monólogo que junta a mitologia grega aos absurdos do quotidiano, do mundo interligado e do Brasil, estreia-se em Lisboa no dia 28 de novembro no Tivoli e passa depois por Braga (30 de novembro no Espaço Vita), Caldas da Rainha (01 de dezembro, no Centro Cultural e de Congressos), no Porto (02 de dezembro, no Teatro Sá da Bandeira), e Estarreja (03 de dezembro, no Cineteatro de Estarreja), regressando novamente a Lisboa, no dia 04 de dezembro.

O humorista brasileiro - crítico do governo do Brasil e de Jair Bolsonaro - irá apresentar um novo monólogo trágico-cómico, escrito pelo próprio com Vinícius Calderoni, já estreado no Brasil.

Com direção de Vinícius Calderoni, o espetáculo é inspirado em Sísifo, personagem da mitologia grega que é condenado pelos deuses a carregar diariamente a sua enorme pedra às costas montanha acima apenas para vê-la rolar para baixo, e começar tudo de novo.

Segundo a produção, o texto, para maiores de 12 anos, "relaciona a mitologia grega ao caótico mundo globalizado e interligado, sem esquecer o Brasil dos memes".

"Há uma célebre frase de Marx que diz que a história acontece primeiro como tragédia, depois como farsa. Ao dissecar o Brasil contemporâneo, os autores pretendem acrescentar como hipótese um terceiro desdobramento: a história acontece primeiro como tragédia, depois como farsa e por fim, como um meme?", segundo o texto divulgado.

Ator, escritor e guionista, Gregorio Duvivier é um dos criadores do 'Porta dos Fundos', o maior canal de ´sketches´ do Brasil e um dos cinco maiores do mundo, com quase 15 milhões de inscritos e mais de 850 ´sketches´ filmados.

Esta semana, em entrevista à agência Lusa no Rio de Janeiro, o ator comentou a situação política no Brasil, criticando a comunidade internacional, nomeadamente a União Europeia (UE), por "patrocinar o fascismo" do Governo brasileiro, através da firmação de acordos comerciais.

"Acho que a comunidade internacional tem como ser muito mais exigente. É um absurdo chamar um sujeito de fascista e 'ecocida' [que causa destruição intencional num ecossistema ou comunidade] e continuar a comprar soja dele. Será que não entendem que o que causa desflorestação é a [produção de] soja, que é a política ruralista de Bolsonaro que acaba com a Amazónia? Então, você vai continuar a fomentar a política ruralista, apenas criticando a figura do Presidente?", questionou Duviver, acrescentando que "não faz o menor sentido".

Apesar de o artista brasileiro considerar Bolsonaro o "grande vilão" responsável pelos problemas ambientais que o Brasil hoje enfrenta, como os incêndios na Amazónia, ou as contínuas manchas de petróleo nas águas do nordeste do país, Duvivier frisa que o chefe de Estado tem "grandes parceiros internacionais, e um deles é a União Europeia".

Gregório Duvivier aproveitou a entrevista à Lusa para apelar à Europa que não firme acordos comerciais com o país sul-americano, sem que esses impliquem obrigações ambientais e democráticas.

Duvivier declarou ainda que os políticos da extrema-direita devem ser colocados "no ridículo a que eles pertencem".

Gregório Duvivier entrou no teatro aos 9 anos no Tablado, no Rio de Janeiro, e aí criou o espetáculo "Z.É. - Zenas Emprovisadas", que ficou 12 anos em cartaz, e ganhou o prémio Shell em 2004.

Na televisão, atuou em 'Junto e Misturado' (Globo), 'O Fantástico Mundo de Gregório' (Multishow) e 'Portátil' (Comedy Central), série nomeada para o Emmy Internacional 2017.

No cinema, fez parte do elenco de 'Podecrer' (2007), 'Apenas O Fim' (2008), '5x Favela - Agora Por Nós Mesmos' (2010), 'A Deriva' (2012), 'Vai que Dá Certo' (2013), e 'Desculpe o Transtorno' (2016).

Colunista da Folha de S. Paulo desde 2013, é autor dos livros 'A Partir de Amanhã eu Juro que a Vida Vai ser Agora', 'Ligue os Pontos', 'Put Some Farofa', 'Caviar É Uma Ova' e 'Percatempos'. Em 2017, estreou o programa de humor político 'Greg News', na HBO, que ganhou o prémio de melhor programa de Humor da Associação Brasileira de Roteiristas.

Vinícius Calderoni nasceu em 1985, em São Paulo, e tem desenvolvido sua carreira entre o teatro, a música e o audiovisual, e, em 2010, fundou, com Rafael Gomes, a companhia Empório de Teatro Sortido.

Também escreveu os espetáculos infantis, e, como ator, integrou o elenco da novela 'Deus salve o rei' (TV Globo) de Daniel Adjafre, e participou nas longas 'Mãe só há uma' (2016) de Anna Muylaert, 'Um namorado para minha mulher' (2016), de Júlia Rezende.

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