Centro de Arte de Ovar recebe ciclo 'Caixa de Dança'
O Centro de Arte de Ovar acolhe, de quinta-feira a domingo, o ciclo 'Caixa de Dança', que, entre produções recentes de coreógrafos portugueses contemporâneos, inclui uma obra inspirada no rock progressivo criado por José Cid nos anos 1970.
© iStock
Cultura Ovar
Gerida pela Câmara Municipal de Ovar, a sala de espetáculos do distrito de Aveiro procura assim divulgar a produção nacional num domínio artístico que o vereador local da Cultura encara como "uma das artes mais antigas" da humanidade.
Alexandre Rosas admite que a dança "é sempre parte integrante da programação" do Centro de Arte, mas explica: "Resolvemos criar uma iniciativa dedicada a este género específico para que a dança possa ser usufruída intensamente e percecionada sob diferentes formas, apresentando-se com diferentes histórias, contextos, coreógrafos e bailarinos".
A peça inspirada na obra de José Cid, músico português que este ano foi galardoado com o Grammy de Excelência Musical pela sua carreira, é 'Nem a própria ruína', que sobe ao palco do Centro de Arte de Ovar no sábado à noite.
Constituindo "o primeiro espetáculo de dança criado pelo trio nortenho composto por Francisco Pinho, João Dinis Pinho e Dinis Santos", essa produção tem por base o álbum '10.000 anos depois entre Vénus e Marte'. Explora "sons de um planeta ferido" para sublinhar a "efemeridade" da condição humana e reflete sobre a forma como a evolução do Homem parece "destinada a um desaparecimento total, não deixando ninguém para a recontar".
O primeiro espetáculo do ciclo é, no entanto, 'Muiças', no qual a coreógrafa Tânia Carvalho exibe o processo pelo qual se diz assemelhar a um compositor empenhado em criar uma música com que se identifique: "Na criação desta peça, eu quero ser esse compositor e pretendo que as bailarinas sejam as notas, as pautas, as pausas, os ritmos".
A apresentação do espetáculo de quinta-feira será precedida hoje ao fim do dia pela oficina 'Pensado para Adultos', em que a mesma autora abordará os processos de criação de 'Muiças' e explorará "antigas e atuais relações dos participantes com a dança", levando-os a experimentaram a linguagem do movimento e a "ativar memórias corporais e intelectuais" na apropriação desse género artístico.
Na sexta-feira seguir-se-á 'Carrossel', da coreógrafa local Ana Renata Polónia: o espetáculo resulta de uma pesquisa centrada "na construção de um dispositivo imaginário sugerido pelo posicionamento do corpo no espaço - um corpo que se define na procura de uma identidade, em torno de um impulso central, tentando criar um panorama circular e repetitivo sobre a génese humana".
A última apresentação da 'Caixa de Dança' será 'Markulus', no domingo, e define-se como "um dueto-ensaio de Ricardo Machado a partir de Mark Diston, Mia Distonia e Masculinidade", tendo resultado de uma residência artística na Escola de Artes e Ofícios de Ovar.
"Nascido sem propósito, 'Markulus' é fruto da sua própria invenção. Carne a cristalizar imagem, pose a citar género, voz sem ousar transformismo. É real. É estático. Joga com a audiência", anuncia a organização do evento, advertindo que o espetáculo inclui nudez e é interpretado em inglês, sem legendagem.
Os bilhetes para a 'Caixa de Dança' estão disponíveis ao preço individual de cinco euros ou mediante um passe geral de 15 euros para acesso a todos os espetáculos.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com