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Museu Vieira da Silva celebra hoje 25 anos com entradas gratuitas

O Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, em Lisboa, que reúne obras do casal de artistas, vai celebrar hoje 25 anos de atividade com entradas gratuitas, anunciou a direção.

Museu Vieira da Silva celebra hoje 25 anos com entradas gratuitas
Notícias ao Minuto

08:20 - 03/11/19 por Lusa

Cultura Museu

O museu tem vindo a festejar a efeméride ao longo do ano, tendo aberto as celebrações em março com três exposições, a mais importante das quais intitulada 'A metade do céu', concebida pelo artista plástico Pedro Cabrita Reis, com obras de 60 artistas portuguesas de várias gerações e períodos da História da Arte.

Neste momento tem patente 'Manuel Baptista - Sombras e outras cores', um conjunto de "momentos-chave" de mais de 40 anos do percurso do artista, numa mostra com curadoria de João Pinharanda, que ficará patente até 26 de janeiro de 2020.

O Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva foi inaugurado em 03 de novembro de 1994, num edifício da Praça das Amoreiras, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, e apresenta regularmente exposições com a obra do casal Arpad Szenes - Maria Helena Vieira da Silva, ou de artistas com os quais mantiveram relações de amizade.

Sobre o acontecimento mais marcante nos últimos cinco anos da instituição, a diretora indicou à agência Lusa a aquisição, pelo Estado, em 2017, de seis obras emblemáticas da pintora portuguesa.

"Fizemos várias exposições importantes, mas sem dúvida que a aquisição destas obras, aguardada há tantos anos, foi o acontecimento mais marcante dos últimos anos", sublinhou.

Depois de vários anos de negociações com os proprietários privados, herdeiros do colecionador Jorge de Brito, o Governo acabaria por comprar, através da Direção-Geral do Património Cultural, as seis obras da pintora Maria Helena Vieira da Silva, pelo valor global de 5,5 milhões de euros, exercendo o direito que detinha.

As seis pinturas em causa - 'Novembre' (1958), 'La Mer' (1961), 'Au fur et à mesure' (1965), 'L'Esplanade' (1967), 'New Amsterdam I' e 'New Amsterdam II' (1970) - encontram-se agora depositadas no Museu Arpad Szènes - Vieira da Silva.

Relativamente às exposições mais importantes realizadas no museu, nos últimos cinco anos, Marina Bairrão Ruivo destacou à Lusa 'Artistas portugueses. Obras da coleção particular de Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes', em 2013-2014, 'Escrita íntima. Cartas e desenhos', em 2014, com as cartas trocadas por Vieira da Silva, e 'Sonnabend-Paris-Nova Iorque. Os primeiros cinco anos da galeria Sonnabend em Paris', em 2015.

Criada ainda em vida de Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), uma das mais importantes pintoras portuguesas, e instituída por decreto-lei em 10 de maio de 1990, a Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva tem como missão garantir a existência de um espaço, em Portugal, onde o público possa contactar permanentemente com a obra do casal de artistas.

Quando França sofreu a ocupação nazi, na Segunda Guerra Mundial, Vieira da Silva e Arpad Szenes, que viviam em Paris, tentaram regressar a Portugal, mas o presidente do governo da ditadura, António de Oliveira Salazar, retirou a nacionalidade portuguesa à pintora e ao marido, cidadão húngaro de ascendência judia.

Vieira da Silva e Arpad partiram então para o Brasil onde estiveram exilados de 1940 a 1947, permanecendo apátridas até 1956, ano em que lhes foi concedida a nacionalidade francesa.

A Fundação Calouste Gulbenkian custeou as obras de remodelação do atual museu e a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento apoiou o projeto na área da investigação.

A coleção do museu cobre um vasto período da produção de pintura e desenho do casal: de 1911 a 1985, para Arpad Szenes (1897-1985), e de 1926 a 1986, para Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992).

Também foi desejo de Vieira da Silva legar um espaço de investigação aberto ao público, cumprido com a criação do Centro de Documentação e Investigação que, além de desenvolver pesquisas internamente, tem acolhido investigadores portugueses e estrangeiros.

Na rua João Penha, ao Alto de São Francisco, junto à praça das Amoreiras e ao museu, está também aberta ao público a antiga casa-atelier da pintora, com uma programação própria de exposições e conferências, acolhimento de atividades propostas pela comunidade e residências para artistas e investigadores.

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