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Conferência de comunidade de mulheres da indústria musical em Portimão

A primeira conferência da comunidade mundial de mulheres da indústria da música shesaid.so, que começa hoje em Portimão, é aberta a todos os géneros, tentando assim mostrar que a luta pela igualdade se trava criando pontes e não conflitos.

Conferência de comunidade de mulheres da indústria musical em Portimão
Notícias ao Minuto

08:21 - 03/10/19 por Lusa

Cultura Portimão

A shesaid.so foi criada em 2014, para ser "um lugar seguro para as mulheres se relacionarem, partilharem informações, oportunidades de emprego, contactos, qualquer ajuda que precisassem", explicou à Lusa a sua fundadora, Andreea Magdalina.

Em 2014, a comunidade incluía 20 mulheres, hoje são cerca de três mil. A isso juntam-se os 15 grupos espalhados pelo mundo, uns em cidades como Nova Iorque e Los Angeles, e outros em países como Portugal, Espanha, França, Itália, Los Angeles, Nova Iorque. "Tudo junto temos uma rede de cerca de 10 mil mulheres", referiu.

A conferência Meetsss, que decorre entre hoje e domingo em Portimão, é "uma oportunidade para toda a comunidade internacional shesaid.so se juntar pela primeira vez na vida real". Os eventos anteriores aconteceram todos a nível local e, "no início, alguns eram só para mulheres".

"Mas depois apercebemo-nos de que a nossa mensagem seria ainda mais forte se convidássemos homens a serem parte das conversas e mostrar que a maneira como estamos a abordar esta luta pela igualdade não é um combate, não é agressiva, não queremos criar conflitos entre homens e mulheres, queremos criar pontes, queremos criar oportunidades para que mulheres e homens se reúnem de forma igual", afirmou Andreea Magdalina.

Originária da Roménia, a viver atualmente em Los Angeles, Andreea decidiu criar a shesaid.co quando trabalhava num serviço de 'streaming' de música, em Londres, onde contactava tanto com 'developers', engenheiros e gestores de produto, como com a indústria musical.

Na altura, notou que "o setor das tecnologias, tal como a música, estava com dificuldades em lidar com a presença feminina, mas estava a reconhecê-la, a falar dela, a tentar encontrar soluções, as mulheres estavam a unir-se, para serem mais fortes juntas".

"Por outro lado, nada disso estava a acontecer na música. Era como se a indústria musical nem sequer reconhecesse que a falta de mulheres em algumas funções fosse um problema", partilhou.

Através da sua rede de contactos, que por ser 'junior' nas funções que desempenhava não era muito alargada, chegou a dez mulheres, que decidiu juntar num grupo. "Com uma primeira intenção de criar ligações e confirmar que não estava louca, que isto é de facto um problema na indústria musical, que não impacta só a mim, mas que também há outras mulheres que sentem que não estão a ser representadas, não estão a ser-lhes dadas oportunidades, não estão a ser levadas a sério", disse.

Para a conferência, que serve também para celebrar o 5.º aniversário da comunidade shesaid.so, foi criado um programa "que abrange vários aspetos, mantendo um equilíbrio entre comunidade e cultura e temas da indústria musical".

Ao longo de quatro dias irá falar-se de temas "importantes para a comunidade shesaid.so, como as disparidades salariais entre homens e mulheres e igualdade, saúde mental, assédio sexual e preconceito", mas também sobre "questões da indústria, como promoção musical a uma escala global, marketing musical e gestão de artistas e repertório".

O que começou como "um conceito muito simples, que era suposto durar um ou dois dias" passou a um programa "super complexo, que inclui uma mistura de música, ao final do dia, e o programa da conferência que vai de painéis a conversas informais, entrevistas, workshops -- sobre falar em público, confiança, marketing musical".

A lista de oradores inclui, entre outros, a advogada norte-americana e cofundadora da empresa de consultoria e advocacia The Justice Dept, Jennifer Justice, a autora e ativista britânica Chidera Eggerue, a responsável pela comunicação do festival Sonar Georgia Taglietti, a produtora italiana Chiara Baldini, do Boom Festival, a cofundadora do Village Underground Lisboa Mariana Duarte Silva e o diretor geral da empresa Pioneer DJ, Mark Grotefeld.

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