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Festival de Música cancelado depois de ficar de fora do '365 Algarve'

O 35.º Festival Internacional de Música do Algarve (FIMA) foi cancelado depois de a candidatura apresentada pela Orquestra Clássica do Sul (OCS) não ter sido incluída no programa cultural '365 Algarve', revelou hoje o maestro titular da orquestra.

Festival de Música cancelado depois de ficar de fora do '365 Algarve'
Notícias ao Minuto

19:45 - 25/09/19 por Lusa

Cultura Música

"É com muita pena nossa - e com muita pena minha, porque sempre dei a cara pelo festival -, mas este ano, infelizmente, não iremos ter o FIMA", declarou Rui Pinheiro, à margem da apresentação da temporada 2019/2020 da OCS, em conferência de imprensa realizada em Faro.

A comissária do '365 Algarve', Anabela Afonso, explicou à agência Lusa que a candidatura da OCS foi apenas uma das 16 que, de um total de 36 candidaturas, não foram incluídas na programação deste ano, porque se trata de um "exercício de escolha" e os recursos "não são ilimitados".

O festival, que esteve interrompido durante sete anos, voltou com organização da orquestra em 2017, ao abrigo do '365 Algarve', uma iniciativa das secretarias de Estado da Cultura e do Turismo e executada pela Região de Turismo do Algarve.

"Organizámos o FIMA durante três anos, sempre trazendo grandes nomes da música clássica ao Algarve, e este é o primeiro ano em que não o vamos fazer", disse Rui Pinheiro, manifestando "um misto de tristeza, estupefação e choque" pelo facto de a candidatura não ter sido aprovada.

O maestro da OCS considerou que "o público algarvio não é menos preparado para isto do que outras pessoas", repelindo o rótulo de "música elitista", porque "sempre houve grande procura" nos concertos do FIMA, cuja 34.ª edição teve lugar nos primeiros meses de 2019 e incluiu 14 concertos.

"A nossa proposta para esta edição [em 2020] ia nesse sentido, com grandes artistas e duas obras em estreia mundial, de dois compositores ligados ao jazz e à música erudita", revelou Rui Pinheiro sobre a proposta rejeitada.

Segundo Anabela Afonso, comissária do '365 Algarve', este foi "um processo normal, porque os recursos não são ilimitados e o exercício de escolher, face aos objetivos do programa, é sempre difícil".

"Ao longo dos anos, ficaram sempre propostas de fora, umas que repetiram vários anos, outras que duraram um ano e não voltaram. E há sempre lugar, como haverá este ano, para eventos novos", explicou a responsável à agência Lusa.

Anabela Afonso afirmou compreender a posição dos responsáveis da OCS, mas sustentou que se trata de "uma estrutura já plenamente implementada no Algarve, com uma oferta cultural em nome próprio".

No início deste ano, o FIMA contou com músicos como Jordi Savall e o Hespèrion XXI, os violinistas Daniel Satabrawa e Christoph Koncz, o violoncelista Jed Barahal, a soprano Dora Rodrigues, o Grupo Vocal Olisipo e a Orquestra do Norte, com o maestro Jan Wierzba.

Em anos anteriores, a programação do festival envolveu formações como a Academy of Ancient Music, uma das orquestras pioneiras na resgate do repertório pré-romântico, a Cappella della Pietá de'Turchini, de Antonio Florio, os quartetos Jerusalém, Carion e o Quarteto de Matosinhos, a Orquestra da Extremadura.

Os violinistas Francesca Dego e Pedro Meireles, a guitarrista Gaelle Solal, o violoncelista Paulo Gaio Lima, os pianistas Ricardo Castro, Mário Laginha e Pedro Burmester, assim como Bernardo Sassetti são mais alguns músicos que fizeram parte da programação do FIMA, em edições anteriores.

A Orquestra Clássica do Sul (OCS) apresentou hoje a sua nova temporada 2019/2020, em que vai celebrar os 250 anos do nascimento de Ludwig van Beethoven, criar novos ciclos e reforçar a ligação ao público escolar.

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