André Fontes lançou, este mês, o seu primeiro romance. Chama-se ‘Saturnália’ e tem em António Fausto a sua personagem principal.
Este homem não é mais do que a personificação da chamada geração millennial. António Fausto é a personificação dos jovens do século XXI, os intelectualmente melhor preparados para a vida, mas emocional e financeiramente mais instáveis.
“Sedenta de experiências e da libertação de tudo o que não lhe permite agarrar o sonho de ser um grande escritor”, esta personagem encarna o desejo dos jovens de quererem ser grandes, maiores que a sua vida e terem uma vida melhor que a dos pais.
Mas ao mesmo tempo que tem em si os maiores sonhos, António Fausto tem também os maiores receios: crescer e não sair da banalidade.
E a escolha do nome do livro não é por acaso: Saturnália é a celebração que antecede a criação do Natal, como o conhecemos, e, nesta obra, traduz-se num "regresso à Roma antiga e às festas em honra de Saturno, descritas por Catulo (84-57 a. C.) como 'o melhor dos dias'".
O autor, André Fontes, escreveu também o ‘Manifesto Pelo Que Nos Resta’, onde descreve isto mesmo: a busca incessante dos jovens de hoje em dia que foram educados para serem geniais, mas que se vêm confrontados com a banalidade da vida diária.
Livro encontra-se à venda por 14,90 euros© Guerra & Paz
‘Saturnália’, apelidado de “romance imoral”, foi editado há dias pela Guerra & Paz. "Arriscamos afirmar que o espectro imoral do primeiro romance de André Fontes vai assombrar a rentrée de 2019", lê-se num comunicado da editora.
Na mesma nota é explicado que o "autor não esconde a sua vontade de reviver o obscuro e antiquíssimo passado, nem na escolha do título nem nas referências. Afirma, com ironia, que Lord Byron, o poeta dândi, criador de 'Don Juan', 'foi o primeiro André Fontes a habitar a Terra'".
'Saturnália' será lançado no próximo dia 27 de setembro, a partir das 18h30, no clube Anjos 70, em Lisboa (Antiga Feira das Almas).
"Uma festa para a qual ninguém está verdadeiramente preparado que, para além da apresentação da obra, que ficará a cargo do poeta emergente Ricardo Blayer, terá ainda um roast ao autor, a actuação do DJ Jōshua Alexander Murphy e uma after party que deixa em aberto um final à velha moda de Baco", termina a nota da editora.