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Homenagem ou imagem de dor? As torres no cinema e na TV no pós-11/9

Muitas foram as imagens das torres do World Trade Center de filmes e séries de televisão que foram editadas e desapareceram depois do 11 de Setembro. Mas houve quem optasse por não fazer alterações.

Homenagem ou imagem de dor? As torres no cinema e na TV no pós-11/9
Notícias ao Minuto

14:35 - 11/09/19 por Fábio Nunes

Cultura 11 de Setembro

Pode ter reparado ao longo dos anos em filmes ou séries de televisão anteriores ao 11 de Setembro de 2001 dos quais desapareceram as imagens das torres gémeas do World Trade Center. Depois dos ataques terroristas, realizadores e produtoras decidiram editar as imagens por uma questão de respeito pelas famílias das vítimas e pela dor que evocavam. No plano oposto, outros preferiram mantê-las como sinal de tributo a quem pereceu naquele dia.

Certo é que, de uma forma ou de outra, há uma nostalgia, seja pela ausência notada ou porque de repente surgem no ecrã e é inevitável pensar que já não estão lá, imponentes no horizonte nova-iorquino.

“Eu ficava tão sobressaltada quando as via pela primeira vez em repetições de séries antigas”, disse Sally Regenhard em declarações ao The New York Times. O filho de Sally, Christian, tinha 18 anos e foi um dos bombeiros que morreu no 11 de Setembro. Sally admite que ainda vê as torres como “instrumentos de morte”, mas já fica “menos sobressaltada agora”.

As torres apareciam nos genéricos das séries ‘The Sopranos’ e ‘Sex and the City’, mas as imagens foram editadas na sequência dos ataques e as torres deixaram de surgir nos genéricos.

Os produtores dos ‘The Simpsons’ puseram um travão na repetição de um episódio de 1997 no qual Homer corria na praça World Trade Center e dirigia-se a uma das torres para ir à casa de banho. Mas à medida que a saudade das torres começou a superar a dor de vê-las de novo no pequeno ecrã, o episódio voltou a ser transmitido.

Notícias ao MinutoA cena de 'Spider-Man' (2002) que foi cortada© Columbia Pictures

O caso do filme ‘Spider-Man’ foi diferente. Estreou no verão seguinte e uma das cenas não chegou a ver a luz do dia. O aracnídeo frustrava a tentativa de fuga de helicóptero de assaltantes prendendo-os numa teia tecida entre as duas torres. “Parece que é a maior questão na etiqueta americana”, sublinha Sam Raimi, o realizador do filme. “Achámos que não tínhamos o direito de, no meio do verão a seguir a este terrível massacre, exibir uma cena tão desgostosa para tantos”.

Michael Bay, por exemplo, seguiu um caminho diferente. O realizador de ‘Armageddon’ (1998) não quis alterar uma cena do filme que mostrava as torres em chamas, depois de serem atingidas por uma chuva de meteoritos. “Os filmes são filmados, editados e concluídos para o mundo os ver. Não são reeditados porque a história muda. Se formos por aí, todos os filmes têm de mudar”, afirmou.

Notícias ao MinutoA imagem que Michael Bay não quis editar do filme 'Armageddon' (1998)© Touchstone Pictures

De uma forma geral, o tempo parece ter sido um fator determinante nas decisões tomadas. Nos primeiros anos isso foi mais notório. Mas a dor permanece e para os nova-iorquinos este é um dilema difícil. 

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