Black Midi querem inovar, apesar do concerto poderoso em Paredes de Coura
Os Black Midi querem inovar e encontrar um novo estilo, apesar do reconhecimento da crítica e do público conquistado com o lançamento do álbum de estreia, Schlagenheim, apresentado num concerto poderoso no festival Paredes de Coura.
© Divulgação/ Paredes de Coura
Cultura Música
Em entrevista à Lusa, ainda antes de entrar em palco na sexta-feira, o guitarrista e vocalista Geordie Greep falou sobre a expectativa enigmática que existia em torno da banda antes de editarem qualquer 'single', as sensações da 'tour' e o futuro promissor -- mas diferente -- de um grupo que se quer em constante mutação.
"Estamos ainda no precipício, mas não nos podemos queixar de como tem corrido. Estamos mais aliviados [da pressão], porque se eles gostaram do [álbum] que fizemos podemos perceber o que vamos fazer depois. É como juntar gasolina a um fogo, vai fazer com que trabalhemos mais afincadamente na próxima coisa que fizermos", considerou.
Pela segunda vez em Portugal, a banda apresenta-se como aventurosa, emocionantes, animada, cheia de drama e tensão, algo que se verificou quando subiram ao palco secundário, pelas 20:30, para um dos melhores concertos do festival, embora se mantenha indiferente ao que as pessoas dizem, algo que já praticava enquanto compunha o álbum.
"Tentamos manter-nos indiferentes ao que as pessoas dizem, sejam bom ou mau. Tentamos focar-nos no melhor que [o disco] pudesse ser. Se começares a pensar demasiado no que as pessoas dizem, positiva ou negativamente, vai destruí-lo", acrescentou, mais à frente na conversa.
Mais do que as palavras possam descrever, o quarteto londrino prefere que seja a sua música a falar por eles, num 'grito' de guitarras desafinadas, enérgicas 'jam sessions' entre faixas e os sons delirantes vindos da voz de Georgie, mas os Black Midi ainda não estão satisfeitos e preveem uma mudança radical no estilo da banda.
"A maneira como algo soa não é realmente representativo da sua verdadeira substância. Mas é um bom sítio para começar. Se soa diferente, pode ser que essa diferença seja verdadeira no conteúdo. É um objetivo continuarmos a evoluir e a mudar o som, não só por mudar, mas para nos desafiarmos à procura de outras coisas e ter outra perspetiva", explicou.
Esta 'tour' rouba tempo de novas composições, mas o grupo aproveita para gravar os improvisos durante os concertos de forma a encontrar uma base sobre onde algo possa ser construído, e o vocalista não escondeu o desejo de um dia encontrar um novo estilo, porque, nas suas palavras, "qualquer coisa que vale a pena, é um novo género".
"Não temos nada a perder, espero que duremos muito tempo, continuemos a trabalhar no duro e a desafiar-nos. Não queremos ficar presos num canto e cingir-nos a uma só coisa, queremos continuar a puxar uns pelos outros", indicou.
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