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Orquestra Gulbenkian estreia obras de oito jovens compositores

A Orquestra Gulbenkian vai estrear no sábado, em Lisboa, num concerto de entrada livre, peças de quatro jovens compositores portugueses e outros tantos estrangeiros, na terceira edição de uma oficina da Rede Europeia de Academias de Ópera (ENOA).

Orquestra Gulbenkian estreia obras de oito jovens compositores
Notícias ao Minuto

16:30 - 12/07/19 por Lusa

Cultura Gulbenkian

Dirigida pelo maestro Pedro Neves, o agrupamento sobe ao palco do Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian pelas 21:00 para protagonizar a estreia mundial de oito obras para voz e orquestra, a rondar os oito minutos cada, depois de um trabalho de cerca de sete meses orientado pelo compositor Luís Tinoco, que contribui com outros dois temas, no culminar de um projeto de cooperação da ENOA com a fundação.

Como explicou Tinoco à Lusa, o processo vai para a terceira edição depois de duas lideradas por Magnus Lindberg, primeiro, e Luca Francesconi, depois, juntando desta vez formandos da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), do Porto, e da Escola Superior de Música de Lisboa, duas "parcerias da Gulbenkian no projeto", a membros "indicados pelas instituições parceiras".

No sábado, serão interpretados 'L'envie du rire', de Luís Salgueiro, 'Cinco Variações do Desassossego', de Carlos Lopes, 'Branco e Negro', de Tiago Cabrita, e 'Desassossego', de Fátima Fonte.

Ao leque nacional juntaram-se a italiana Elisa Quarello ('Good body, I thank thee!'), a israelita Sivan Eldar ('A Woman Spilled'), o sérvio Jug Markovic ('De Rerum Natura') e o norte-americano Eugene Birman ('Message').

Aos oito artistas foi dado um repto comum: "investigar o universo de Fernando Pessoa, por ser um grande autor, universal, mas também por estar traduzido em quase todas as línguas".

O trabalho desenvolveu-se com colaboração de investigadores e da Casa Fernando Pessoa, arrancando em novembro de 2018, num encontro, a que se seguiu a escrita por parte de cada compositor das suas peças, regressando em março para "leituras e ensaios, em formato laboratório", dos fragmentos já existentes.

O trabalho com a orquestra e os dois cantores, Tiago Matos e Lara Martins, foi "estimulante pelo lado da experimentação", afirmou Tinoco, mas complexo "pela luta contra o tempo" de estrear tantas peças novas, culminando numa apresentação pública que "não é o resultado final, mas um ponto no processo de completar as peças", com os compositores a voltarem depois à escrita e reescrita.

Luís Tinoco aponta o exemplo da israelita Sivan Eldar, uma das compositoras que aproveitaram a oficina para criar parte de um projeto maior que será desenvolvido depois deste concerto.

"Foi o único caso que optou por não recorrer aos dois solistas, mas trazer ela mesma alguém. Não por desconfiança, mas porque tem um projeto de longo prazo, de criar uma peça longa com uma cantora afro-americana, Amyra León, uma atriz com potencialidades vocais enormes e que escreve os próprios textos", contou.

A obra de Sivan terá "muito de improvisado em palco", com a solista "a interagir em tempo real com a orquestra", no que será "a primeira fase de uma peça que virá a ter cerca de 30 minutos de duração".

A variedade marca os trabalhos dos vários compositores, também pela complexidade de combinar "várias expressões, da literária à musical", e escrever para um solista e orquestra.

"Soam todas [as composições] muito diferentes, porque têm personalidades musicais muito diferentes. O que diria ser comum a todos é o facto de nenhum deles ter tido a oportunidade de escrever uma peça para voz e orquestra sinfónica, um desafio sempre complexo", referiu Tinoco.

Intitulado 'Composing for Voices', o concerto que põe fim à oficina inclui dois temas de Luís Tinoco, 'Sunset Song', do ciclo 'Search Songs', e 'O Anjo da Água', inserido em 'Canções do Sonhador Solitário', este já editado em CD mas nunca tocado ao vivo enquanto ciclo de canções.

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