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Lisboa felicita Maria do Céu Guerra pelo prémio 'Atriz da Europa'

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) felicitou hoje a atriz Maria do Céu Guerra, "uma das principais referências da arte de representação em Portugal", pelo prémio "Atriz da Europa", anunciado na quarta-feira.

Lisboa felicita Maria do Céu Guerra pelo prémio 'Atriz da Europa'
Notícias ao Minuto

17:30 - 04/07/19 por Lusa

Cultura Câmara Municipal de Lisboa

Num comunicado hoje divulgado, "reconhecendo a determinação e elevado mérito artístico revelado ao longo de toda a carreira", a autarquia "felicita Maria do Céu Guerra pela sua distinção com o Prémio Atriz da Europa 2019 do Festival 'Actor of Europe', evento de especial relevância para a cooperação cultural regional e internacional no contexto europeu, envolvendo países como a Macedónia, a Albânia e a Grécia".

A CML lembra que, "com um vasto currículo como atriz e encenadora", Maria do Céu Guerra "dirige também o Grupo de Ação Teatral A Barraca, uma das mais importantes e consolidadas companhias de teatro de Lisboa, em atividade desde 1976".

Maria do Céu Guerra receberá o prémio no sábado, na abertura do Festival Internacional de Teatro - Actor of Europe, que decorrerá no Lago de Prespa, nos Balcãs, na fronteira entre Macedónia, Albânia e Grécia.

O prémio de honra "Actress of Europe" é atribuído desde 2003 por um comité para reconhecer o percurso artístico de uma personalidade do teatro e o contributo criativo para a memória coletiva da civilização europeia, lê-se na página oficial do festival.

"É uma das mais extraordinárias atrizes do teatro português e a alma da companhia teatral independente A Barraca", sustenta o comité, presidido por Jordan Plevnes, sobre Maria do Céu Guerra.

Maria do Céu Guerra de Oliveira e Silva nasceu em Lisboa, a 26 de maio de 1943, frequentou a licenciatura de Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, período em que começou a interessar-se pelo teatro, e fez parte do grupo fundador da Casa da Comédia.

A atriz estreou-se nesta companhia, em 1965, na peça "Deseja-se Mulher", de Almada Negreiros, encenada por Fernando Amado.

Nos cinco anos seguintes, profissionalizou-se no Teatro Experimental de Cascais, onde participou num vasto conjunto de peças dirigidas por Carlos Avilez, das quais se destacam "Esopaida", de António José da Silva, "Auto da Mofina Mendes", de Gil Vicente, "A Maluquinha de Arroios", de André Brun, "A Casa de Bernarda Alba" e "Bodas de Sangue", de Federico García Lorca, "D. Quixote", de Yves Jamiaque, "Fedra", de Jean Racine, "O Comissário de Polícia", de Gervásio Lobato, e "Um Chapéu de Palha de Itália", de Eugène Labiche.

Na década de 1970, participou em vários elencos de teatro de revista e de comédia, tendo colaborado com Laura Alves e Adolfo Marsillach, na peça "Tartufo", de Moliére, e regressado à Casa da Comédia, onde trabalhou com Morais e Castro e Luís de Lima.

Após do 25 de Abril, fez parte do grupo fundador do Teatro Àdóque-Cooperativa de Trabalhadores de Teatro, logo em 1974, e, no ano seguinte, fundou a companhia de teatro A Barraca, onde desde então tem centrado a sua atividade teatral.

Nesta companhia realizou várias digressões em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente no Brasil, tendo feito parte dos elencos de peças como "D. João VI" (1978), de Hélder Costa, "Calamity Jane" (1986), com textos, adaptação e dramaturgia da atriz e de Hélder Costa, "A Cantora Careca" (1992), de Eugene Ionesco, e "O Avarento" (1994), de Molière, entre outras.

Em agosto de 1985, foi distinguida como Dama da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e, nove anos depois, recebeu o grau de Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique.

Em 2006, estreou, no Teatro de Pesquisa A Comuna, "Todos os que Caem", de Samuel Beckett, com encenação de João Mota, interpretação que lhe valeu um Globo de Ouro SIC/Caras.

O desempenho no filme "Os Gatos não têm Vertigens" (2015), de António-Pedro Vasconcelos, valeu-lhe um Globo de Ouro de Melhor Atriz de Cinema e o Prémio Sophia para a Melhor Atriz.

No cinema, Maria do Céu Guerra estreou-se em "O Mal-Amado" (1974), de Fernando Matos Silva, tendo participado também em "Crónica dos Bons Malandros" (1984), de Fernando Lopes, "A Moura Encantada" (1985), de Manuel Costa e Silva, "Saudades para Dona Genciana" (1986), de Eduardo Geada, "Os Cornos de Cronos" (1991), de José Fonseca e Costa, e em "O Anjo da Guarda" (1998), de Margarida Gil, entre outros.

Na televisão, além da peça "O Pranto de Maria Parda" (1998), de Gil Vicente, participou em séries e telenovelas como "Residencial Tejo" (1999-2002), "Vamos Contar Mentiras" (1985), "Jardins Proibidos" (2014-2015), e "A Impostora" (2016), entre outras, assim como na adaptação de "Calamity Jane" (1987), pelo realizador Hélder Duarte.

Em janeiro deste ano o Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural.

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