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Grupo Babel recebeu notícia da morte de Agustina "com imensa tristeza"

O Grupo Babel, que assumiu a antiga Guimarães Editores, responsável pela publicação das obras de Agustina Bessa-Luís por mais de seis décadas, declarou hoje ter recebido "com imensa tristeza" a notícia da morte da escritora, aos 96 anos.

Grupo Babel recebeu notícia da morte de Agustina "com imensa tristeza"
Notícias ao Minuto

21:34 - 03/06/19 por Lusa

Cultura Óbito

Numa resposta enviada à agência Lusa por Maria José Pereira, editora do grupo, foi com "imensa tristeza e pesar" que foi acolhida a notícia, com a perda "desse grande nome das letras e da cultura nacionais".

A obra de Agustina é "uma obra de qualidade onde podemos reconhecer muita da vivência das nossas gentes, sobretudo das gentes da região do Douro", e a escrita da autora transpôs Portugal "além fronteiras" ao ser publicada e reconhecida em várias línguas.

"Estamos-lhe reconhecidos enquanto editores. Estamos-lhe reconhecidos enquanto portugueses", acrescenta Maria José Pereira, que afirma não ter integrado, "infelizmente", o "núcleo restrito" de editores que trabalham com a autora.

Em 2017, Bessa-Luís deixou a sua editora de sempre, a Guimarães Editores, fundada em 1899, e que, atualmente, faz parte do grupo editorial Babel, e passou a ser publicada pela Relógio D'Água, que desde então tem publicado as suas obras, tendo anunciado também a revelação de alguns inéditos.

A escritora Agustina Bessa-Luís, que em 2004 recebeu os Prémios Camões e Vergílio Ferreira, morreu hoje, aos 96 anos, no Porto, disse à Lusa fonte da família.

Nasceu em 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante, e encontrava-se afastada da vida pública, por razões de saúde.

O nome de Agustina Bessa-Luís destacou-se em 1954, com a publicação do romance "A Sibila", que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz.

Recebeu igualmente o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, em 1983, pela obra "Os Meninos de Ouro", e em 2001, com "O Princípio da Incerteza I - Joia de Família".

Foi distinguida pela totalidade da sua obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015.

Sobre Agustina, o ensaísta Eduardo Lourenço disse, em declarações à Lusa, no final da cerimónia da entrega do prémio com o seu nome, que é uma autora "incomparável", a "grande senhora das letras portuguesas".

Foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, de Portugal, em 1981, elevada a Grã-Cruz em 2006, e o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de França, em 1989, tendo recebido a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em 1988.

Questionada sobre o que escrevia, a autora disse, num encontro na Póvoa de Varzim: "É uma confissão espontânea que coloco no papel".

A cerimónia fúnebre da escritora Agustina Bessa-Luís decorrerá na terça-feira, na Sé Catedral do Porto, seguindo depois para o cemitério do Peso da Régua, Vila Real, onde será sepultada "na intimidade da família", revelou hoje o Círculo Literário Agustina Bessa-Luís.

O Governo decretou um dia de luto nacional, pela morte da escritora, na terça-feira.

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