Paula Rego sublinha legado de Agustina, "uma extraordinária mulher"

A pintora portuguesa Paula Rego lamentou hoje a morte da escritora Agustina Bessa-Luís, com quem colaborou há quase vinte anos, sublinhando que foi surpreendida pela morte da autora.

Exposição "Na Praia" é inaugurada hoje em Cascais com 26 obras de Paula Rego

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Lusa
03/06/2019 17:57 ‧ 03/06/2019 por Lusa

Cultura

Óbito

"Foi uma extraordinária mulher, escritora, que deixou um enorme legado a todos nós", afirmou Paul Rego, em nota enviada à agência Lusa pela Casa das Histórias.

Paula Rego colaborou com Agustina Bessa-Luís no livro "As Meninas", editado originalmente em 2001, que reúne textos da escritora sobre pinturas da artista plástica.

"Quando pego na pena para escrever sobre Paula Rego, faço-o como se reatasse um antigo encontro. Desde a infância. Lentamente, desdobro as pregas dessa vida de menina e em muitos detalhes eu estou lá", admitia Agustina Bessa-Luís no livro, que resultou de um convite feito por Manuel S. Fonseca, então editor da Três Sinais.

A obra seria mais tarde reeditada pela Guerra & Paz, do mesmo editor.

Há muito afastada da vida pública por razões de saúde, Agustina Bessa-Luís morreu hoje, aos 96 anos, no Porto e o funeral realiza-se na terça-feira, dia em que o Governo decretou luto nacional.

O seu nome destacou-se em 1954, com a publicação do romance "A Sibila", que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz.

Recebeu igualmente o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, em 1983, pela obra "Os Meninos de Ouro", e em 2001, com "O Princípio da Incerteza I - Joia de Família".

Foi distinguida pela totalidade da sua obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015.

Em 2004, Agustina recebeu os Prémios Camões e Vergílio Ferreira.

Foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, de Portugal, em 1981, elevada a Grã-Cruz em 2006, e o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de França, em 1989, tendo recebido a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em 1988.

Questionada sobre o que escrevia, a autora disse, num encontro na Póvoa de Varzim: "É uma confissão espontânea que coloco no papel".

 

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