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Ir à Quadrienal de Praga é "importante estratégia" de projeção nacional

A secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, sublinhou hoje que "a presença em eventos internacionais é uma importante estratégia de projeção de Portugal", a propósito da participação na Quadrienal de Praga, na República Checa, com o projeto "Windows".

Ir à Quadrienal de Praga é "importante estratégia" de projeção nacional
Notícias ao Minuto

11:05 - 02/06/19 por Lusa

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Em declarações à agência Lusa, a secretária de Estado acrescentou que esta estratégia "dá visibilidade ao trabalho dos artistas e criadores nacionais e projeta o país enquanto força criativa e cultural".

O projeto "Windows", com curadoria de José Capela, é o representante oficial de Portugal na Quadrienal de Praga -- PQ19, certame internacional dedicado à cenografia e arquitetura teatral, que decorrerá de 06 a 16 de junho, e a presença portuguesa é promovida pela Direção-Geral das Artes (DGArtes).

"A cultura deve ser entendida também como um fator de exportação, não apenas na sua dimensão artística. Com esta estratégia, fomentamos o encontro de artistas e projetos nacionais com parceiros internacionais e impulsionamos a cooperação e a criação de sinergias", disse a secretária de Estado.

O projeto "Windows" é inaugurado no dia 06 de junho, às 18:30, no Palácio Industrial Vystaviste, e está integrado na secção "Countries" da quadrienal, ocupando este ano, pela primeira vez, a área central do principal espaço expositivo, considerado o coração do evento desde que foi fundado em 1967.

Questionada sobre a importância da presença portuguesa no certame, Ângela Ferreira apontou que Quadrienal de Praga "é a mais importante e a mais relevante manifestação internacional da cenografia e arquitetura teatral, símbolo de um exercício de imaginação e de poder transformador do teatro".

Portugal "tem uma história muito feliz com a Quadrienal e consideramos, por isso, muito pertinente continuar e sedimentar a presença portuguesa neste evento, depois da participação em seis edições", as últimas três organizadas pela Direção-Geral das Artes, em 2007, ano em que recebeu a Medalha de Ouro para 'Best Stage Design', 2011 e 2015.

Quanto à escolha do curador José Capela, "é também a escolha de um projeto artístico singular e exemplar na transformação da arquitetura em elemento dramatúrgico de pleno direito".

"É um trabalho representativo de uma diversidade de colaborações artísticas a nível nacional e também internacional", acrescentou.

Questionada sobre o investimento da Direção-Geral das Artes nesta representação oficial, ascendeu a 99 mil euros.

A 14.ª Quadrienal de Praga será dedicada ao tema "Imaginação, Transformação, Memória", sob direção-geral de Pavla Petrová.

Segundo um texto do curador português, "Windows" é uma instalação constituída por um conjunto de contentores espelhados com uma dupla função: "São um pedaço de paisagem que reflete a paisagem em seu redor, e cada contentor tem uma forma que é deduzida dos mecanismos de visão e/ou representação usados nos cenários que, em miniatura, podem ser vistos no seu interior".

A representação oficial portuguesa promoverá ainda o lançamento do Catálogo "Windows (JC+JCD)", uma edição de José Capela e José Carlos Duarte, no dia 10 de junho, às 19:00, no Studio Hrdinu do Palácio Veletrzní, seguindo-se a apresentação da 'performance' "As Metamorfoses de Ovídio", pelo grupo Mala Voadora.

A presença portuguesa na programação da Quadrienal, além da representação oficial, passa ainda pelo espetáculo "Oneby1", de Nuno Pimenta e Ana Renata Polónia, que questiona o conceito de um metro quadrado por pessoa como espaço limite para assegurar conforto individual e segurança no espaço público.

O espetáculo, que será apresentado pela primeira vez fora do país, questiona, "através de mecanismos artísticos e ferramentas arquitetónicas, a cidade e a sua definição, as noções de limite e fronteira em espaço público".

A criação, direção artística e cenografia são de Nuno Pimenta, e tem cocriação, coreografia e interpretação de Ana Renata Polónia, contando ainda com interpretação e apoio coreográfico de Joana Lopes.

"Esta Noite, Morfeu!" é outro espetáculo de Portugal incluído no programa, pela companhia de teatro da Sui Generis Associação Cultural, numa encenação coletiva com texto de Tiago Filipe, que explora a plasticidade do corpo e da voz.

Na secção Fragments Gallery Talks, está também prevista a participação da cenógrafa e designer Cristina Reis, com o projeto "The English Cat", cenografia que criou em 2000 para a ópera de Hans Werner Henze, numa coprodução do Teatro Nacional São Carlos, em Lisboa, com o Rivoli - Teatro Municipal do Porto e o Teatro da Cornucópia, em Lisboa, companhia que dirigiu, com Luís Miguel Cintra, e para a qual concebeu a maior parte dos cenários e figurinos dos espetáculos realizados.

Na sessão inaugural, a 06 de junho, estarão presentes a secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, o diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues, e o artista e curador José Capela.

Docente na Universidade do Minho desde 2000, José Capela leciona nos cursos de Arquitetura e de Teatro, e é investigador do Lab2PT.

Foi um dos comissários da Trienal de Arquitetura de Lisboa 2010 e do seminário "Um Manual sobre Trabalho e Felicidade".

Iniciou-se no trabalho de cena no Teatro Universitário do Porto, e é cofundador e codiretor artístico do grupo Mala Voadora, com Jorge Andrade, sendo responsável pela cenografia dos espetáculos.

Foi presidente da direção da Associação Portuguesa de Cenografia entre 2016 e 2018.

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