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Por detrás de 'Mr. Link', a animação que chega hoje aos cinemas

Chega esta quinta-feira aos cinemas ‘Mr. Link’, dos estúdios Laika, responsáveis por filmes como ‘Kubo and the Two Strings’ ou ‘Coraline’. O realizador esteve à conversa com o Notícias ao Minuto e conta um pouco sobre a nova produção, a mais ambiciosa do estúdio até ao momento, que demorou cinco anos a concluir.

Notícias ao Minuto

08:00 - 18/04/19 por Anabela Sousa Dantas

Cultura Filmes

Sir Lionel Frost é um destemido e muito educado explorador que sonha com o desconhecido. Essa ânsia leva-o ao Noroeste do Pacífico, onde encontra Mr. Link, uma lenda viva conhecida como ‘Pé Grande’. Com 2,40 metros e 290 quilos, o divertido e adorável monstro, cansado de estar sozinho, pede ajuda ao explorador para evncontrar a sua casa, no mítico ale de Shangri-La. Pelo caminho, encontram a aventureira Adelina Fortnight e os três ultrapassam vários obstáculos.

Esta é a sinopse de ‘Mr. Link’, a nova longa-metragem de animação dos estúdios Laika, escrita e realizada por Chris Butler, ‘head of story’ e co-argumentista em 'Kubo and the Two Strings' (2016) e ‘script supervisor’ em 'Coraline' (2009).

Chris Butler falou, ao Notícias ao Minuto, sobre a complexidade em torno da produção de um filme de animação com a técnica ‘stop motion’, explicando que todo o processo demorou cinco anos a ser concluído e envolveu 450 pessoas. “É ainda maior que Kubo, e Kubo já era um filme de grande dimensão”, adiantou. Recorde-se que ‘Kubo and the Two Strings’ foi nomeado para dois Óscares em 2017.

“Todo o filme demorou cinco anos a fazer. Um ano de preparação, um ano de pré-produção, dois anos de filmagens e depois pós-produção e promoção”, indicou o realizador, que diz ter escrito o esboço para ‘Mr. Link’ há mais de uma década.

Quando se faz um filme em ‘stop motion’, com bonecos em cenário, cada cena é filmada fotograma a fotograma, parando sistematicamente para reposicionar os bonecos (detalhes que pode ver na galeria acima). A sequência passada numa ponte de gelo, por exemplo, demorou um ano inteiro a filmar. O coração do filme é artesanal, porém, a tecnologia também é uma aliada.

“Ao longo dos últimos quatro filmes exploramos muitas inovações técnicas, ultrapassámos fronteiras naquilo que esta arte pode fazer. Em ‘Coraline’ foi a primeira vez que utilizámos uma impressora 3D para criar caras para os bonecos. Neste momento, a qualidade e a sofisticação da animação facial está num ponto onde nunca estivemos antes”, indicou.

Notícias ao MinutoEsta é a segunda vez de Chris Butler na cadeira do realizador, depois de 'ParaNorman' (2012)© NOS Audiovisuais

Na mensagem, não passará despercebida a forma como é tratado o sentimento de pertença ou a ideia de que este se relaciona como homogeneidade. Chris Butler admite que o tema é “pertinente”, ainda que não de forma intencional. “Todas as personagens neste filme têm uma ideia sobre onde pertencem e não é necessariamente verdadeira. A mensagem que eu queria colocar é que a tua identidade é aquilo que tu assumes para ti mesmo e não aquilo a que outros te colam”.

Embora seja uma animação ‘stop motion’, conhecidas pelos tons mais sombrios, ‘Mr. Link’ é um filme colorido e vibrante, com uma história de aventura e de ação. “Há tantas histórias que se podem contar com este meio. Queríamos fazer algo que fosse luminoso e ousado e muito diferente daquilo que fizemos antes. E foi divertido”.

A longa-metragem pertence aos estúdios Laika, um dos principais estúdios de animação, conhecidos por combinar tecnologias inovadoras com a mestria e o detalhe da técnica stop-motion. Butler elogia, ainda, o facto de ser um estúdio com uma voz própria.

“Eu sou fã de animação, portanto gosto de tudo, de todos os estúdios. Vejo tudo e gosto. Mas há muitas tentativas de cópia. Seja o estúdio com mais sucesso ou o filme com mais sucesso. Vê-se muita gente a tentar fazer a mesma coisa. E o que torna a Laika especial é que não estamos só a tentar copiar alguém. Acho que temos a nossa própria voz, contamos histórias que são únicas para nós, tem um visual que é único e acho que há espaço para isso”, termina.

Com Zach Galifianakis, Hugh Jackman, Zoe Saldana ou Stephen Fry a dar voz na versão original (‘Missing Link’), a versão em português conta com as vozes de Fernando Luís, Raquel Tavares, César Mourão e Madalena Abecasis. Eis o trailer em português:

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