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Filme sobre kuduro exibido à margem de tensão luso-angolana

O mais recente filme do realizador Mário Patrocínio, sobre o movimento cultural kuduro, surgido na baixa de Luanda, é exibido no festival de cinema DocLisboa, num momento de tensão diplomática entre Angola e Portugal.

Filme sobre kuduro exibido à margem de tensão luso-angolana
Notícias ao Minuto

10:04 - 26/10/13 por Lusa

Cultura DocLisboa

Em declarações à Lusa, o cineasta português desvalorizou a situação política entre os dois países, frisando que não o incomoda "nem mais nem menos", contrapondo que os portugueses e os angolanos têm "relações de coração".

Estou "muito focado naquilo que realmente é importante", frisou, concretizando: "O que para mim é importante é que as pessoas, independentemente das relações políticas ou o que quer que seja, (...) entendam que somos todos seres humanos e temos de nos respeitar."

O segundo filme do cineasta português, "I love kuduro" - que será exibido no domingo, às 22:00, no Cinema São Jorge, no âmbito do festival de cinema DocLisboa - conta a história do movimento musical que mistura batidas house e techno com ritmos tradicionais.

"Sempre me chamou à atenção", justifica Mário Patrocínio, referindo o "beat forte", as letras que nem sempre entende e sobretudo o "ritmo frenético" que põe toda a gente "sintonizada".

O realizador travou conhecimento com o kuduro durante a faculdade, em meados dos anos 1990, quando acompanhava os amigos, nomeadamente angolanos, às discotecas de música africana.

"É uma música de massas, (...) praticamente não consegues estar parado, faz com que te mexas, com que dances, é uma aproximação ao ritmo cardíaco mas mais acelerado, isso mexe com as pessoas, seja de onde forem" e "mesmo que elas não entendam o que está a ser dito", observa.

O projeto nasceu do cruzamento entre o realizador português e o artista angolano Coréon Dú, que "também tinha o sonho de fazer um filme sobre o kuduro".

A produtora portuguesa Bro, co-fundada por Mário Patrocínio, estabeleceu uma parceria com a angolana Da Banda e o realizador voltou a Angola, país que teve a "oportunidade" de visitar logo após o fim da guerra civil.

Acreditando que as afinidades de cultura e de língua podem fazer florescer parcerias artísticas, Mário Patrocínio assume o objetivo de "juntar as pessoas em prol de algo que seja positivo para todos".

A produtora Bro tem apostado em "criar sinergias" entre pessoas e empresas, nomeadamente do triângulo Portugal-Brasil-Angola, pelo qual alguns projetos continuarão a passar. Mas não só, diz Mário: "Queremos contar boas histórias."

Com estreia mundial no Festival de Cinema do Rio de Janeiro, "I love kuduro" ainda não tem data de estreia comercial em Portugal.

O panorama musical de Angola está igualmente representado no DocLisboa pelo filme "Death Metal Angola", do realizador Jeremy Xido, exibido hoje e no dia 3, no Cinema São Jorge.

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