Meteorologia

  • 16 ABRIL 2024
Tempo
18º
MIN 13º MÁX 26º

Casa da Música: Peter Eötvös orienta Orquestra Sinfónica e Remix Ensemble

O compositor e maestro húngaro Peter Eötvös orienta a Orquestra Sinfónica do Porto, no sábado, e o Remix Ensemble, no domingo, em concertos na Casa da Música em torno de obras suas e de outros em que se inspirou.

Casa da Música: Peter Eötvös orienta Orquestra Sinfónica e Remix Ensemble
Notícias ao Minuto

18:30 - 20/03/19 por Lusa

Cultura Concerto

Pelas 18h00 de sábado, o húngaro de 75 anos lidera a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, acompanhada pela solista espanhola Leticia Moreno, na estreia em Portugal da peça 'Petite musique solenelle', de Györgi Kurtág.

Segue-se a estreia em Portugal do segundo concerto para orquestra e violino de Eötvös, 'DoReMi', numa atuação cuja segunda parte inclui uma 'suite' de 'O Mandarim Maravilhoso', de Béla Bartók (1881-1945).

No domingo, pela mesma hora, a Sala Suggia recebe outro agrupamento residente, o Remix Ensemble, com Eötvös a encerrar a curta residência no Porto à frente do grupo, com a atriz japonesa Ryoko Aoki (voz) e Victor Pereira (clarinete).

Quase todo o programa pertence ao húngaro, com a estreia em Portugal de 'Joyce', peça para clarinete e quarteto de cordas, seguida de 'Steine', na primeira parte.

A segunda metade mostra pela primeira vez em solo nacional 'The Secret Kiss', obra para voz e ensemble que partiu de uma encomenda da Casa da Música e de outras instituições internacionais, encerrando com 'Domaines', do francês Pierre Boulez (1925-2016).

'DoReMi', em particular, surge no reportório recente de Eötvös, partindo de um trocadilho com o nome de quem lhe fez a encomenda, a violinista japonesa Midori Goto, e um exercício sobre as primeiras notas da escala musica.

"Significa o início da música, é como 1, 2, 3 no mundo dos números", referiu o compositor, citado pela Casa da Música, destacando também a "imensa tensão e conflitos" que emergem de uma obra que constantemente regressa à 'fórmula'.

Já "The Secret Kiss", que inclui a atriz de teatro 'noh' japonês Ryoko Aoki, a quem é dedicada a obra, estreou-se este ano em Gotemburgo, passou por Tóquio e segue, depois do Porto, o percurso internacional, com paragens agendadas em Madrid, Colónia e Budapeste.

Num comunicado enviado à comunicação social, a Casa da Música refere ainda que a atuação da Sinfónica serve de "homenagem" da Universidade do Porto (UP) a Paulo Cunha e Silva (1962-2015), antigo professor daquela instituição, um dos programadores do Porto 2001 -- Capital Europeia da Cultura e vereador da Câmara do Porto entre 2013 e 2015.

"É o primeiro de uma longa lista de eventos com que a UP pretende celebrar o pensamento do intelectual irreverente que foi Paulo Cunha e Silva, designado Figura Eminente da UP em 2019", pode ler-se no documento.

O diretor artístico da Casa da Música, António Jorge Pacheco, destacou hoje o "particular entusiasmo" com que a instituição acolhe mais um nome que considera estar entre "as maiores figuras da música contemporânea da atualidade", sobretudo por ser numa "dupla capacidade de maestro e compositor".

O húngaro partilha a nacionalidade com algumas das suas inspirações desde que entrou, como estudante, na Academia de Budapeste, desde logo Zoltán Kodáli, mas também Ligeti (1923-2006) e Kurtág, que chegou a conhecer, além de Bartók, a grande referência.

O regresso ao Porto prende-se com a celebração do 75.º aniversário, recordando vários nomes que o tocaram ao longo da carreira, como Boulez, que o convidou para dirigir, entre 1978 e 1991, o Ensemble Intercontemporain, e que homenageou em 2015, ao liderar a Orquestra Sinfónica de Londres na celebração do 90.º aniversário de nascimento do francês.

Nascido em 1944, Peter Eötvös acumulou desde cedo as funções de compositor, maestro e professor, trabalhando com grupos como o Stockhausen Ensemble (1968-1976) ou a Orquestra de Câmara da Rádio de Hilbersum, a Sinfónica da BBC ou a Sinfónica da Rádio de Viena, entre outros agrupamentos.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório