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Companhia Cão Solteiro desvenda uma 'Mise en abyme' no Teatro S. Luiz

Um texto de José Maria Vieira Mendes, utilizado pelo artista Vasco Araújo para uma peça da exposição "Morte del Desidério", é ponto de partida do espetáculo que a companhia Cão Solteiro tem em cena a partir de hoje, em Lisboa.

Companhia Cão Solteiro desvenda uma 'Mise en abyme' no Teatro S. Luiz
Notícias ao Minuto

23:20 - 01/03/19 por Lusa

Cultura Lisboa

'Mise en Abyme' - uma encenação do abismo, em tradução livre - é nome da peça, concebida a partir do texto do dramaturgo, para o qual levou memórias de peças ou filmes, como explica a apresentação da obra.

O facto de o texto pertencer ao universo das artes plásticas não é de estranhar, uma vez que a companhia Cão Solteiro recorre, com frequência, a esse objeto de análise em espetáculos que concebe.

Sobre a construção do texto, é José Maria Viera Mendes que diz existir nele "uma ideia de desejo que assenta numa certeza no futuro".

"Ou seja, quando persigo o desejo, procuro satisfazer ou cumprir qualquer coisa no futuro (mais próximo ou longínquo). Essa coisa que persigo é estabelecida no presente. Isto implica olhar para o futuro como concretização de um pensamento do presente", acrescenta.

E sublinha que essa ideia de futuro "não está disponível para o imprevisto", admitindo que o texto que construiu, "argumento cinematográfico, é uma tentativa de encontrar uma outra ideia de desejo e de relação com o futuro, que torne os sujeitos de desejo mais disponíveis para o inesperado".

E isto, para o dramaturgo, corresponde a uma "libertação do sujeito" assim como a "uma vontade (desejo) de viver o futuro que vier como um presente em construção. E a construção ficará sempre incompleta porque, entretanto, o presente passou", conclui.

O espetáculo é uma criação conjunta da Cão Solteiro e de Vasco Araújo -- que assina a cenografia --, enquanto os figurinos são de Mariana Sá Nogueira e de Daniel Worm d´Assunção.

Interpretam Ana Libório, Diogo Bento, Patrícia Silva, Paula Sá Nogueira, Raimundo Cosme, Sofia Freitas Abreu, Sónia Baptista e Vasco Araújo.

O espetáculo estreia-se hoje, na sala Luis Miguel Cintra, do Teatro S. Luiz, às 21:00, repetindo no sábado, à mesma hora, e no domingo, às 17:30.

No domingo, após o espetáculo haverá uma conversa com os artistas moderada pelo crítico e historiador de arte Pedro Faro.

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