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"Vencer o 'The Voice' abriu-me portas. E tive de saber passar por elas"

Lançou o single 'A Vontade' no final de 2018 e tem o álbum de estreia para sair em abril deste ano. Tomás Adrião esteve à conversa com o Notícias ao Minuto onde falou sobre o seu percurso até este momento e o que espera daqui para a frente.

"Vencer o 'The Voice' abriu-me portas. E tive de saber passar por elas"
Notícias ao Minuto

08:30 - 13/02/19 por Sara Gouveia

Cultura Tomás Adrião

Venceu o 'The Voice Portugal' e foi assim que se começou a tornar conhecido do grande público. Mas, na verdade, tudo começou quando recebeu uma guitarra em criança que lhe aguçou a curiosidade. Com a paixão pela música sempre presente, acabou por ir estudar para o Conservatório.

Agora, aos 18 anos, Tomás Adrião está a tornar-se uma das jovens promessas do panorama musical português e, depois de lançar o primeiro single 'A Vontade' no final do ano passado, aguarda-se o lançamento do álbum de estreia em abril deste ano.

Em conversa com o Notícias ao Minuto, o jovem artista falou sobre o novo disco que está a ser feito com "a maior sinceridade possível" e sobre o caminho que teve de percorrer até este momento.

Ouvi dizer que a ‘culpa’ disto tudo foi do presente que recebeste quando fizeste sete anos?

Exato. Recebi uma guitarra. Foi uma prenda dos meus avós no meu aniversário. Acabei por utilizar essa guitarra quando estudei música no Conservatório. Tudo começou aí, comecei a desenvolver as técnicas na guitarra e a ganhar o gosto pela música. Depois disso a brincar com a voz e a ganhar gosto por cantar e tocar. Foi uma coisa que desde de pequeno me suscitou interesse.

Que idade tinhas quando fizeste a primeira música? Era sobre quê?

Tinha os meus 16 anos. Estava na escola e não era nada boa a música. Era sobre continuar, não continuar, sobre um caminho apagado, uma coisa muito mal feita, não gostei nada. Ainda tive uma banda de covers e depois outra, um projeto mais experimental, mas que também não resultou.

Vencer o 'The Voice' abriu-me portas, janelas, tudo... e eu tive de saber passar por elas. Não foi só ganhar o programaQuando é que percebeste que querias fazer música?

Acho que foi desde o momento em que percebi que me sentia feliz a tocar, quando percebi que a música era o meu refúgio e que era aquilo que eu mais gostava de fazer. Foi aí que resolvi arriscar e fazer isso da vida.

O que é que vencer o 'The Voice Portugal' significou para ti?

Deu-me oportunidade de continuar a fazer o que gosto. Abriu-me portas, janelas, tudo... e eu tive de saber passar por elas. Não foi só ganhar o programa. O tempo entre o vencer o programa e estar a lançar o meu primeiro single foi complicado porque voltei a ouvir ‘nãos’ e tive de voltar a batalhar, mas tem sido muito bom.

Acho que o que me surpreendeu mais foi conseguir os ‘sim’ porque os ‘não’ já estava à espera. É natural que se oiça ‘não’ num percurso, várias vezes até, e ainda bem porque nos ajuda a melhorar. Se calhar se não tivesse ouvido, não fazia o que faço hoje.

A música sempre foi um sonho ou foi-se tornando um sonho depois da passagem pelo programa?

Foi sempre um sonho meu, foi sempre algo que quis fazer, mas o programa ajudou-me a dar mais realidade e consistência a esse sonho.

De certa forma vejo como um elogio compararem-se ao Salvador Sobral, por outro lado não percebo, somos artistas completamente diferentes Estavas preparado para o que veio depois da vitória?

Não. Acho que cresci imenso nestes dois anos, porque era muito novo, estava assustado no meio de tanta coisa nova e de certa forma comecei a perceber como funciona a vida real.

Os gestos e forma de interpretar as músicas fizeram-te ser várias vezes comparado a Salvador Sobral. Como é que tens visto essas comparações?

De certa forma vejo como um elogio, por outro lado não percebo, apesar de respeitar imenso o Salvador e de gostar imenso do que ele faz, somos artistas completamente diferentes. Tenho uma linguagem diferente na música e quero passar outra imagem. Temos é, talvez, jeitos peculiares de interpretar, logo as pessoas associam que um artista é parecido a outro. Mas acho que somos muito diferentes. Apesar de me identificar com ele, não sei se ele se identifica comigo ou não [risos].

Essas comparações nunca te fizeram ponderar participar no Festival da Canção ou na Eurovisão?

Pensei nisso, mas de certa forma se calhar se participasse as pessoas ainda me iam comparar mais, sendo no ano imediatamente a seguir a ele [Salvador Sobral] ter vencido. Agora também não era altura porque estou muito focado no meu álbum e no meu percurso. Mas se um dia surgir o convite acho que aceito, acho que não tenho dúvidas disso.

O que pensas sobre esse tipo de concursos?

Acho que são bons. É uma mais-valia existirem esses programas e esses formatos. Porque dão a conhecer e dão oportunidades. Não posso nunca desprezar esse tipo de programas, porque se não fosse um deles não estaria aqui a dar esta entrevista. É preciso que existam para que apareçam outras pessoas, para renovar os artistas que temos em Portugal, porque é importante haver pessoas novas com ideias novas.

Quero mesmo reforçar a ideia de que quero fazer música em português e em Portugal. Acho que não é pela minha idade, acho que é pela experiência. As experiências que já tive dizem que posso ensinar mesmo tendo pouca idadeApesar da tua curta carreira, o que achas do panorama da música em Portugal?

Respeito imenso, tenho grandes influências na música portuguesa e muitas delas são as que me fazem continuar. Acho que a música portuguesa está em boas mãos com os novos artistas que temos. Espero, de certa forma, contribuir para isso e continuar a fazer boas coisas no meu país. Quero mesmo reforçar a ideia de que quero fazer música em português e em Portugal. Acho que não é pela minha idade, acho que é pela experiência. As experiências que já tive dizem que posso ensinar mesmo tendo pouca idade.

Como está a correr a gravação do álbum?

Está a correr bem, estou contente com o que estou a fazer. Espero que seja algo de que as pessoas gostem porque eu estou a fazê-lo com a maior sinceridade possível e acho que ao ouvirem o álbum vão conhecer-me um pouco melhor. Quero dar-me a conhecer e mostrar do que sou capaz.

Quero que as pessoas sintam o que quiserem ao ouvi-lo, porque a música é mesmo para isso. Se criar algum estímulo, mau ou bom,  fazem-me o dia Como se define este single que lançaste, ‘A Vontade’?

É um single que me dá muita alegria de ouvir por estar cá fora, porque tenho outras centenas que nunca vão ser lançadas. De certa é bom poder mostrá-lo. O sentimento que tenho para com toda a música e a letra e a toda a construção é de um carinho enorme, porque é muito pessoal. Estou muito feliz que as pessoas estejam a gostar.

Quero que as pessoas sintam o que quiserem ao ouvi-lo, porque a música é mesmo para isso. Se criar algum estímulo, mau ou bom,  fazem-me o dia.

Como foi trabalhar com Marisa Liz tanto no programa como agora neste single?

Foi bom, porque ela é mesmo incrível, tanto na televisão como fora. Não é algo plástico. Foi uma mentora no 'The Voice' que realmente me ajudou bastante, por isso escolhia-a novamente, identifico-me com ela. Tem sido igualmente bom trabalhar agora com o Tiago [Pais], o marido dela, é o meu manager. São pessoas incríveis que me têm ajudado imenso e que me percebem.

O lançamento do álbum está previsto para este ano. Quando é que o público o vai poder ouvir?

Em abril deste ano. Está quase. Vai ter uma grande parte de mim, vou dar-me a conhecer às pessoas e quero muito que as pessoas oiçam e se identifiquem. Mas ainda não tem nome, ainda estamos a pensar nisso.

O que é que se pode esperar? Um disco em português?

Em princípio, sim, é todo em português. Vai ter vários caminhos e todas as minhas influências vão lá estar, até porque sem elas não estaria a fazer música. Mas ainda não sei muito bem como o descrever, só quando estiver tudo pronto. Posso dizer que vai ter surpresas, até porque me quero surpreender a mim mesmo.

Na edição do ‘The Voice’ em que participaste estiveram contigo artistas que se têm afirmado no panorama nacional, como a Cláudia Pascoal ou o Tiago Nacarato. Os fãs podem esperar convidados especiais para este álbum?

É possível, bastante possível. Porque além de serem artistas portugueses que estão a ter sucesso, ficaram também amigos e o que importa na música é a amizade e essas colaborações são mesmo com amizade.

Quem são as tuas principais referências, estrangeiras e nacionais?

Estrangeiras diria Beatles, porque é a minha banda preferida, mas também James Bay, Bob Dylan, Jeff Buckley... são muito variadas, talvez confusas até, mas são o que me ajuda a criar o meu percurso.

Portuguesas é meio complicado de dizer, porque o estilo que eu quero fazer é meio complicado e acho que ainda não existe em Portugal. Mas sou fã de imensas pessoas por exemplo desses dois amigos a Cláudia [Pascoal] e o Tiago [Nacarato], depois temos outros como o Diogo Piçarra, a Carolina Deslandes, temos muito boa música portuguesa.

Depois do lançamento do álbum onde poderemos ver Tomás Adrião?

Ainda não sei ao certo, ainda está muito vaga essa ideia. Sei que o álbum vai ser apresentado numa tour. Datas ainda não consigo dizer, mas estou a preparar um concerto onde vai ser apresentado o álbum, com algumas participações e versões de músicas de que gosto. Mas para já ainda está tudo a ser criado.

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