Cultura não pode ficar atrás da Economia na CPLP
O antigo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Luís Campos Ferreira considerou hoje que a cultura não pode ficar atrás da economia no futuro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
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Cultura Campos Ferreira
"A cultura ajuda a puxar pela economia, e a economia também ajuda a puxar pela cultura, mas não podem criar um compartimento estanque na economia e esquecer que é a cultura que dá o espírito comum que os povos precisam de ter", disse o antigo governante.
Em declarações à Lusa a propósito da entrada em funções, a 01 de janeiro, do novo secretário-executivo, o português Francisco Ribeiro Telles, que elogiou, Campos Ferreira salientou que "na zona da cultura e das novas gerações ainda há muita margem de progressão" e argumentou que "o setor da cultura, da pintura, da literatura, deve ser mais valorizado do que aquilo que tem sido".
O foco no pilar económico não é criticável, acrescentou o antigo governante social-democrata, mas numa perspetiva de transmissão de conhecimento para ajudar ao desenvolvimento económico dos países africanos.
"A construção do presente e do futuro passa por maior convivência, e isso é também mobilidade das pessoas, passa por maior fluxo económico e transmissão do conhecimento, mas também passa pelas novas gerações terem oportunidade de, entre elas, estabeleceram relações culturais", e daí a importância da cultura, que "pode ser o cimento que as novas gerações precisam para dar mais músculo e robustecer a CPLP".
Questionado sobre se concorda que existe um fosso entre o discurso dos governantes e o sentimento de distanciamento das populações relativamente à CPLP, Campos Ferreira concordou, mas argumentou que "não é fácil, dada a diversidade geográfica dos países" e a inserção em blocos económicos e políticos que por vezes são um obstáculo ao aprofundamento de relações.
"Portugal está na União Europeia e muitas vezes as regras não são compatíveis com mais abertura do ponto de vista económico e de livre circulação de pessoas e bens com outros países que estão noutros continentes, isso não facilita, e cada um dos países da CPLP tem os seus blocos políticos e económicos, por isso não é fácil articular esses diferentes interesses", concluiu o antigo secretário de Estado.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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