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Tondela recebe concerto para público de olhos vendados

Um espetáculo criado pela Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual, organização que sustenta a escola de cães-guias de Mortágua, sobe ao palco da ACERT, Tondela, no sábado, para assinalar o Dia da Pessoa com Deficiência.

Tondela recebe concerto para público de olhos vendados
Notícias ao Minuto

13:00 - 30/11/18 por Lusa

Cultura Música

A diretora da Escola Cães Guias de Mortágua disse hoje à agência Lusa que vendam o público do 'Vi(r)ver sem ver' com o intuito de sensibilizar as pessoas para o que é ser-se cego.

"Colocamos as pessoas na sala de olhos vendados, explicamos o que é que se vai passar e pedimos que mantenham as vendas até ao espetáculo terminar, embora saibamos que há pessoas que tiram, porque não se sentem muito bem", explicou Ana Filipa Paiva.

Na base do 'Vi(R)ver sem ver' está o objetivo de "sensibilizar as pessoas para o que é não ver" e no dia da estreia "as pessoas ficaram muito emocionadas, com a forma de estar do público, porque assistir de olhos vendados a um espetáculo não tem nada a ver com imagem, que é completamente distinta, principalmente para quem vê", defendeu a responsável.

Na noite da estreia foi feito um inquérito e as pessoas disseram que "a música entra de maneira totalmente diferente e apercebem-se de sons e coisas que não têm noção quando vão ver um espetáculo".

"Já tivemos pessoas que assistiram de fio a pavio com as vendas e a reação das pessoas é surpreendente pela positiva e depois também há pessoas que a certa altura se sentem tontas ou ficam maldispostas e têm de tirar a venda, mas voltam a pôr", contou.

Ana Filipa Paiva adiantou à agência Lusa que o próprio palco está feito de "forma especial, para ser o menos atrativo possível, está o menos visível possível para que quem tire as vendas não fique atraído" pelo espetáculo.

"Fazem uma projeção de luzes que tapa um bocadinho o cenário, faz-nos ficar encadeados e não nos permite ver o que está em palco", explicou a diretora, que conta que o grupo é constituído por 14 músicos distribuídos por vários instrumentos de sopro, teclas e cordas e três vozes.

Em comum está o maestro, Ricardo Vicente, que foi desafiado pela escola de cães-guias a criar um grupo "unicamente para este espetáculo" e "são todos voluntários, porque todos eles têm o seu trabalho".

"São todos músicos de Mortágua que conseguimos sensibilizar para esta causa e que, de uma forma ou de outra, estão ligados à escola", contou a diretora técnica, que explicou que o reportório é "muito variado", mas com um fio condutor.

"Temos músicas do mais variável leque, todas elas com este fio condutor, a falta de visão de quem as cantou, ou as escreveu, como é o caso de Andrea Bocelli, Stevie Wonder, Ray Charles ou os D.A.M.A., porque a música em questão desta banda foi escrita por uma pessoa cega", adiantou.

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