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Fadista Miguel Xavier apresenta o seu álbum de estreia no Teatro Villaret

O fadista Miguel Xavier apresenta, na segunda-feira, no Teatro Villaret, em Lisboa, o seu álbum de estreia, no qual gravou três poemas de Alexandre O'Neil, entre outros autores, e resgatou temas dos repertórios de Camané, Max e Carlos Ramos.

Fadista Miguel Xavier apresenta o seu álbum de estreia no Teatro Villaret
Notícias ao Minuto

11:30 - 24/11/18 por Lusa

Cultura Segunda-feira

De Alexandre O'Neil, gravou "Soneto Inglês" e "O Tejo Corre no Tejo", musicados por Filipe Teixeira, e ainda, "Um Carnaval", numa composição de Luís Figueiredo.

"O sentimento, a forma como cada fadista canta, com cada uma das suas particularidades" foi o que motivou Miguel Xavier para o fado, que ouve "desde pequenino" e já se "arrepiava", mesmo "sem compreender certas palavras".

O álbum, que conta na contracapa com um rasgado elogio de Camané, é o resultado de cerca de cinco anos de carreira, a cantar em diferentes espaços.

Camané afirma que "todas as verdades que os fadistas aprendem a sentir e a cantar se encontram reunidas neste primeiro disco de Miguel Xavier, nascido em Guimarães [no Minho] e que se fez fadista".

Miguel Xavier, de 23 anos, considera-se "um fadista tradicional, que tem o gosto de olhar para a tradição e procurar perceber os fadistas na sua época".

Sobre as afirmações de Camané acerca do seu trabalho, Miguel Xavier disse que aumenta a sua responsabilidade e cria expectativas, que tem medo de gorar.

Entre as suas referências fadistas, citou como "máximas" Amália Rodrigues e Alfredo Marceneiro, e ainda Alcino de Carvalho, António Mourão, Manuel de Almeida e António Rocha.

Do repertório de outros fadistas, recria, neste CD, "Fadista Louco" (Domingos Gonçalves Costa/Fado Corrido), uma criação de António Mourão, "Fui de Viela em Viela" (Guilherme Pereira da Rosa/Fado Cravo de Alfredo Marceneiro), de Marceneiro, "Não Voltes" (Max/Fado Varela, de Renato Varela), uma criação de Max, e "Disse-te Adeus" (Manuela de Freitas/Raul Pinto), de Camané.

Entre os inéditos, além dos poemas de O'Neil (1924-1986), Miguel Xavier gravou "Mouraria, Mouraria", de Armando Costa dos Santos, que interpreta no Fado Proença, de Júlio Proença, "Nenhum de Nós", de Marco Oliveira, numa composição de Miguel Amaral, que musicou também "Fado Vivido", um poema de Manuela de Freitas, "Amor e Saudade", de António Torre da Guia, gravado numa melodia de André Teixeira, ou "Na Distância dos Teus Passos", de Marla Amastor, musicado por Miguel Amaral.

"A construção deste CD foi no sentido em que uma pessoa ao escutar, reconhecesse logo que era eu, era a minha identidade, mas sempre com um olhar para a tradição, para o passado, e neste sentido surgiu a ideia de criar novos fados com uma estrutura tradicional, para poemas em quadras, quintilhas, sextilhas", disse à Lusa Miguel Xavier, que realçou o talento de Miguel Amaral, que também é o produtor e diretor artístico, e de André Teixeira, neste capítulo.

Outro compositor que "fez um fado tradicional" é Mário Laginha, que assina a melodia de "Graças de Lisboa", um poema de António Vilar da Costa (1921-1988).

Para o fadista "é um erro descurarmos o passado e tudo aquilo que os fadistas fizeram ao longo de um século".

"Acho que é um erro enorme esquecermos tudo aquilo que foi feito para criar coisas novas, claro que se deve criar coisas novas, mas sem nunca esquecer o que foi feito, isso para mim é um grande erro", argumentou.

Neste CD e no palco da avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, Miguel Xavier é acompanhado pelos músicos Miguel Amaral, na guitarra portuguesa, André Teixeira, na viola, e Filipe Teixeira, no contrabaixo.

No espetáculo no Villaret, encenado por Nuno Carinhas, Miguel Xavier além dos temas do álbum, vai cantar outros, como "Quatro Estações" (David Mourão-Ferreira/Fado Rosita, de Joaquim Campos), do repertório de Maria do Rosário Bettencourt, ou "O Pagem" (Henrique Rego/Marceneiro), criação de Marceneiro.

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