Meteorologia

  • 16 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 13º MÁX 26º

Ópera eletrónica inspirada no fim da guerra no Mosteiro da Batalha

O compositor Emanuel Pimenta estreia a ópera eletrónica 'Metanoia', no Mosteiro da Batalha, a 17 de novembro, uma criação em torno do fim da ideia de guerra, para assinalar os cem anos do termo da Primeira Guerra Mundial.

Ópera eletrónica inspirada no fim da guerra no Mosteiro da Batalha
Notícias ao Minuto

17:00 - 13/11/18 por Lusa

Cultura Música

Brasileiro com ligações familiares a Portugal e atualmente a residir na Suíça, Emanuel Pimenta, 61 anos, criou um espetáculo para assinalar o centenário do Armistício, a convite do diretor do monumento.

"Queríamos fazer uma coisa diferente, que tivesse um impacto muito grande, que marcasse a história", explica o compositor à agência Lusa.

O resultado foi 'Metanoia', termo que vem do grego e que significa "além do pensamento".

"A questão da guerra encontra um eco muito forte no conflito humano. Porque é que as pessoas entram em conflito? Daí o sentido do título da peça, 'Metanoia'. É sobre o sentido da consciência. Quando damos um passo atrás, destacamo-nos daquilo em que estamos imersos e podemos ter outra consciência. E quando temos consciência sobre o outro não há conflito, porque nos compreendemos".

A ópera eletrónica será apresentada na igreja e nos dois claustros do Mosteiro da Batalha, "um espaço fabuloso" que deixa o compositor "sem ar".

"É deslumbrante", sublinha Emanuel Pimenta, que organizou a 'Metanoia' na linha das criações que assina desde o final da década de 70 do século XX.

"Este trabalho é coerente com o que venho fazendo há muitos anos. Tenho mais de 50 CD, mais de 200 composições... Desde o fim dos anos 70 há uma coerência, um fio condutor. Há certos elementos sempre presentes".

A nova ópera reflete isso: está organizada em três movimentos, envolvendo um solo da violoncelista inglesa Audrey Riley, sete filmes que recordam a história da arte nos últimos 500 anos e, a finalizar, um canto 'a cappella" da soprado luso-francesa Laetitia Grimaldi.

"Depois, vem a parte mais importante dessa ópera: são queijinhos, pães, vinho, azeite...", brinca Emanuel Pimenta, lembrando o convite final feito ao público para celebrar a paz, na Adega dos Frades do Mosteiro da Batalha, cenário que funciona como "elemento de consciência do ser humano".

"Essa ópera é completamente estranha, porque não tem vozes, nem a cantoria normal. É uma ópera para vozes interiores, onde fragmentos de poemas de Fernando Pessoa, elaborados entre 1914 e 1930, começam a surgir no meio das imagens. As pessoas descobrem o que está a surgir no meio daquele mundo um pouco estranho".

É a partir desse mundo que Emanuel Pimenta deseja que cada espectador encontre o seu próprio universo.

"Esta ópera é uma descoberta pessoal. Cada pessoa vai encontrar o seu mundo lá. Toda a vida é fantástica. Mas não dá para conhecer tudo, para ler todo os livros, para ver todos os filmes, visitar todos os sítios. A vida é parcial" e, por isso, aqui, "cada um deve encontrar o seu percurso". Naquele e neste mundo.

'Metanoia' estreia-se às 19:00 de sábado, 17 de novembro, no Mosteiro da Batalha, com entrada livre.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório