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Jota Quest em Portugal: Um acústico "com todo mundo a tocar 'pra valer'"

A banda brasileira está de regresso a Portugal, ao fim de cinco anos, para dois concertos acústicos. O vocalista dos Jota Quest esteve à conversa com o Notícias ao Minuto, aproveitando para 'levantar o véu' sobre as novidades para estes concertos.

Jota Quest em Portugal: Um acústico "com todo mundo a tocar 'pra valer'"
Notícias ao Minuto

10:15 - 16/11/18 por Filipa Matias Pereira

Cultura Jota Quest

São 22 anos de sucessos, dois prémios 'Grammy-latino' e muitos anos de história para contar. E são estes anos intensos de música, de palco e de estrada que os Jota Quest timbraram no disco 'Acústico' que trazem a Portugal. 

Foram cinco anos de ausência da banda de pop-rock brasileiro dos palcos portugueses. Mas é já nos dias 17 e 18 de novembro que a formação de Rogério Flausino, o vocalista, regressa aos palcos nacionais. 

Nos concertos que terão lugar no Campo Pequeno, em Lisboa, e no Coliseu do Porto, os músicos brasileiros irão apresentar o seu mais recente espetáculo 'Acústico Jota Quest - Músicas Para Cantar Junto'.

Mais de que um concerto acústico, este será um espetáculo onde irão 'desfilar' não só grandes clássicos, mas também novas canções e parcerias idealizadas para este projeto. 

Com uma longa discografia, a banda decidiu editar o álbum acústico ao fim de 20 anos. E são essas duas décadas que os Jota Quest trazem na bagagem para Portugal. Em entrevista ao Notícias ao Minuto, Rogério Flausino traça uma retropetiva pela vasta discografia da banda e aos fãs portugueses diz um "até já". 

Ao fim de cinco anos, Jota Quest regressa a Portugal. Como é voltar aos 'braços' do público português?

Estamos muito felizes e ansiosos por este reencontro. Os nossos melhores momentos em Portugal foram entre os anos de 2004 e 2007, quando tocámos no Rock in Rio e fizemos diversos concertos em lindas e carinhosas cidades. Após esta fase inesquecível houve um grande hiato. Será muito emocionante poder regressar justamente agora, aproveitando este lindo momento artístico que estamos a viver e tão felizes com o sucesso do 'Acústico'. São dias que não deixaremos para trás.

Era muito importante que o ‘Acústico’ fosse um projeto marcante na nossa carreira e, felizmente, esta a ser.Retrocedendo à génese do 'Acústico', o que levou os Jota Quest a avançar para este formato?

Quando decidimos embarcar pela primeira vez no formato ‘Acústico’, a intenção era que pudéssemos acariciar o nosso lado mais ‘canção’. Sempre fomos um grupo muito dançante e energético, mas ao longo do percurso acumulámos também diversas canções de paz e de amor. Sentimos que era chegada a hora de revisar este cancioneiro e, para tanto, buscámos inspiração em alguns álbuns no estilo ‘unplugged’, que acabaram por se tornar grandes clássicos, no Brasil e no mundo. Uma das nossas primeiras ações foi convidar o lendário produtor brasileiro Liminha (Mutantes, Gilberto Gil, Titãs) para nos ajudar a buscar o melhor resultado. Era muito importante que o ‘Acústico’ fosse um projeto marcante na nossa carreira e, felizmente, esta a ser.

Quando comemorámos os 20 anos, em 2016, decidimos finalmente realizá-lo e partimos para o ataqueO primeiro álbum acústico é lançado ao fim de 20 anos de carreira. Porquê esperar duas décadas?

Não foi algo programado. Quando esta modalidade dos 'unpluggeds' da MTV explodiu no Brasil, e no mundo, ainda éramos muito jovens. Achávamos que deveríamos construir um repertório mais consistente para que, quando chegasse a hora, este projeto pudesse realmente ter maior relevância. Vivíamos a protelar este desafio. Quando comemorámos os 20 anos, em 2016, decidimos finalmente realizá-lo e partimos para o ataque.

Notícias ao MinutoA banda tem concertos marcados para Lisboa e Porto© Jota Quest

Com tantos êxitos por onde escolher, como decorreu a seleção de músicas a incluir no álbum acústico? Foi uma escolha que fluiu com naturalidade?

Apesar de este ‘Acústico’ ser uma incursão inédita na nossa carreira, este projeto não deixa de ter também um olhar revisional e comemorativo. Por isso, seria importante que a maior parte deste repertório de 25 músicas fosse composto dos nossos grandes sucessos mesclados com três faixas inéditas e três b-sides. 

Existem dois Jota Quests. Um, mais dançante e festivo, e um outro mais ‘cancioneiro’A banda tem sucessos onde a guitarra, o baixo e as teclas têm um especial destaque. Transformá-los para a versão acústica foi um desafio?

Foi um grande desafio. Basicamente existem dois Jota Quests. Um, mais dançante e festivo, e um outro mais ‘cancioneiro’. Um dos conceitos principais que tentámos seguir foi o de que as músicas mais dançantes não perdessem a sua essência ‘black’ para que o show mantivesse as suas nuances. Assim, acabámos por construir um ‘Acústico’ bem diverso, emocionante e divertido ao mesmo tempo.

O nosso acústico consegue ir de uma ponta a outra da dinâmica de um show de pop-rock. Temos momentos só de piano e voz, um outro só de violão e voz, e seguimos até a momentos super intensos com todo mundo a tocar ‘pra valer’!! Estamos no palco com 11 pessoas. Além de nós os cinco, trazemos dois backings vocais, os metais, e ainda o violonista Pedro Cassini, que toca o segundo violão.

É muito sintomático que um projeto como estes consiga chegar hoje em dia a 40 mil exemplares físicos, em tempos tão digitais‘Acústico Jota Quest’ foi lançado em setembro de 2017 e já foi premiado com o ‘Disco de Ouro’ no Brasil. Como recebeu a banda esta distinção?

Ficámos muito felizes com o ‘Disco de Ouro’. É muito sintomático que um projeto como estes consiga chegar hoje em dia a 40 mil exemplares físicos, em tempos tão digitais. A propósito, o ‘Acústico’ já acumula mais de 160 milhões de ‘views’ e ‘plays’ no ambiente digital, e os concertos da ‘Acústico Tour’ já foram assistidos por mais de 350 mil expectadores. São números extremamente relevantes para a nossa carreira.

Em 1996 é lançado o primeiro álbum. Este continua a ser um marco emblemático no percurso da banda? Neste projeto eram notórias as influências musicais que inspiraram a banda na sua criação?

O nosso primeiro álbum ‘J.Quest’, lançado pela Sony Music há 22 anos, continua a ser muito idolatrado pelos fãs. Este disco abriu-nos as portas da cena-pop da época, com nossa mistura peculiar de pop-rock com a black-music (funk, disco, soul, r&b). Foi um momento lindo e extremamente efervescente do rock-brasil. Saíram desse álbum canções clássicas do nosso repertório como ‘As Dores do Mundo’, ‘Encontrar Alguém’ e ‘Vou Pra Aí’.

Notícias ao MinutoAo fim de 20 anos, banda editou álbum acústico © Jota Quest

Na primeira incursão internacional do disco, a banda passará por Lisboa. Será este um concerto com surpresas para os fãs portugueses?

Por toda a expectativa e a saudade, estamos a chegar a Portugal para estes dois concertos, em Lisboa e Porto, com toda a nossa energia e repertório completos para entregar um grande espetáculo aos portugueses, brasileiros e quem mais quiser chegar para a nossa festa-acústica. Um grande abraço e até lá.

Os discos são como capítulos das nossas vidasAo longo de 22 anos, a banda editou uma vasta discografia. Há algum álbum que o tenha marcado de forma particular? Ou todos eles têm um significado especial?

Os discos são como capítulos das nossas vidas e acabam, sem dúvidas, por ter algum significado para nós. Mas existem alguns álbuns que, por reunirem determinadas características e por estarem na hora certa no lugar certo, acabam por mudar a trajetória dos grupos. O nosso segundo disco, ‘De Volta Ao Planeta’, de 1998, é um desses álbuns. Chegou ao mercado com grande vigor e alegria, explodiu nas rádios e acabou por vender mais de 1 milhão de cópias. E várias canções ‘explodiram’ como a ‘Fácil’, ‘Sempre Assim’ e ‘O Vento’.

Após dois discos de estúdio, em 2003, lançámos o nosso primeiro álbum ‘LIVE’ intitulado ‘MTV Ao Vivo’. Gravado na nossa cidade natal, Belo Horizonte, para uma plateia incrível de mais de 60 mil pessoas, este CD/DVD atingiu a marca de 2 milhões de cópias vendidas. Foi este projeto que nos trouxe a Portugal pela primeira vez, em 2004, embalado pelo grande sucesso de canções como ‘Amor Maior’, ‘Na Moral’, ‘Só Hoje’ e ‘Do Seu Lado’. Mais recentemente, em 2013 e 2015, lançámos respetivamente os álbuns ‘Funky Funky Boom Boom’ e ‘Pancadélico’, ambos com produção assinada pelos norte-americanos Nile Rodgers e Jerry Barnes. Há quem diga, aqui no Brasil, que este são os nossos melhores discos. Mas aí já é outra historia [risos].

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