Exposição mostra relação de Gulbenkian com o Iraque através da arte
Pela primeira vez, a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, mostra, numa exposição, documentos e obras de arte que revelam a relação da instituição com o Iraque, através da arquitetura, da pintura, das artes visuais.
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Cultura Fundação
'Arte e Arquitetura entre Lisboa e Bagdade', que abre ao público na sexta-feira em Lisboa, é uma exposição "com muitas histórias" sobre a presença da fundação no Iraque, entre 1957 e 1973, e sobre a aquisição de arte iraquiana para a coleção do arménio Calouste Gulbenkian, como afirmou hoje a diretora do Museu Gulbenkian, Penelope Curtis, numa visita para a imprensa.
É uma exposição que resulta de uma investigação aos arquivos da fundação, depositados na cave e que veem agora a luz do dia, e que quer evidenciar essa relação geopolítica entre Ocidente e Médio Oriente. "É uma exposição objetiva e neutra, e fica para o visitante perguntar-se quem beneficiou nesta troca de riquezas", disse Penelope Curtis.
A exposição apresenta obras de arte iraquiana e de artistas que foram bolseiros apoiados pela fundação, como Hachim Samachi, hoje com 80 anos e que estudou em Lisboa, Faik Hassam, Lorna e Nezar Selim.
Na mostra estão ainda cartazes, esboços e projetos arquitetónicos de edifícios e infraestruturas, como escolas e hospitais, construídas no Iraque com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian naquele período entre os anos 1950 e 1970.
Entre essas obras contam-se o Centro de Arte Moderna de Bagdade, construído em 1962 e que atualmente já não tem obras originais expostas, e o "Estádio do Povo", projetado pelos arquitetos portugueses Francisco Keil do Amaral e Carlos Manuel Ramos.
No caso deste complexo desportivo, inovador à época, a exposição revela, por exemplo, fotografias e documentação sobre a inauguração em 1966 com um jogo Benfica-Iraque, com a lista de jogadores convocados, e que mereceu grande destaque e cobertura no jornal A Bola.
Outro dos momentos culturais da fundação no Iraque referenciado na exposição é a Semana Cultural Gulbenkian, organizada em Bagdade em 1966 e que permitiu apresentar 70 obras de artistas portugueses, como Júlio Pomar, Ângelo de Sousa e José Escada.
A exposição ficará patente até 28 de janeiro.
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