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Livros e cultura podem aperfeiçoar relação entre Portugal e México

Portugal e México têm "uma relação de proximidade e simpatia", mas podem aperfeiçoar o conhecimento mútuo a partir da cultura e da literatura, afirmou à Lusa a diretora-geral da Feira do Livro de Guadalajara, Marisol Schulz.

Livros e cultura podem aperfeiçoar relação entre Portugal e México
Notícias ao Minuto

07:45 - 17/10/18 por Lusa

Cultura Feira do Livro

Portugal será, em novembro, o país convidado da Feira do Livro de Guadalajara, a maior da América Latina, e, a cerca de um mês do arranque, Marisol Schulz afirmou, em entrevista à agência Lusa, que o programa cultural preparado pelo comissariado português é "muito versátil, muito variado, muito enriquecedor".

Ser país convidado na Feira do Livro de Guadalajara implica "uma grande exposição cultural", numa cidade com mais de cinco milhões de pessoas e num universo literário e cultural latino-americano.

"Quem vem como convidado de honra vem representar toda a sua cultura, música, gastronomia, literatura, cinema, teatro, artes cénicas, visuais. É uma visão muito completa e panorâmica do que é um país. (...) Temos uma relação de proximidade e de simpatia por Portugal, mas desconhecemos [o país]. Creio que é mais aquilo que não sabemos de Portugal do que aquilo que sabemos", afirmou Marisol Schulz.

A 32.ª Feira do Livro de Guadalajara decorrerá de 24 de novembro a 02 de dezembro e a participação portuguesa traduzir-se-á numa comitiva de dezenas de escritores, editores, promotores, mas também nomes da música, do teatro, das artes visuais, do cinema.

Esta presença de Portugal como convidado é entendida pelo Governo português como uma alavanca de projeção da imagem do país na América Latina, que vai internacionalizar a cultura portuguesa e abrirá caminho na exportação da economia e do turismo português, segundo se lê numa resolução governamental aprovada em 2017.

Para Marisol Schulz, "é um grande momento das relações entre México e Portugal. Vai marcar um 'antes' e um 'depois', já que existe um grande investimento de empresas portuguesas. O interesse não é apenas económico, é cultural".

A diretora-geral tem tido como interlocutora da comissária portuguesa da participação na feira, Manuela Júdice, mas recordou que, no trabalho de preparação, depois de aceite a candidatura portuguesa, já estiveram envolvidos dois ministros da Cultura (João Soares e Luís Filipe Castro Mendes) e, na inauguração, em novembro, deverá estar um terceiro responsável pela tutela cultural, a nova ministra, Graça Fonseca.

"Foi com o ministro Castro Mendes que se concretizou tudo", disse.

Do ponto de vista do mercado literário e editorial, Marisol Schulz recordou que a feira de Guadalajara é visitada por editores de todos os países onde se fala espanhol. "Quem vai, como convidado de honra, tem um mercado potencial de 22 países e mais de 500 milhões de leitores. Estamos a falar em potencial", disse.

"Para todos é uma grande oportunidade de contactar com os grandes escritores, com os músicos, os poetas, a gastronomia", disse, elencando alguns dos autores portugueses mais lidos no México e que estarão em Guadalajara, como António Lobo Antunes, Nuno Júdice e José Luís Peixoto.

Marisol Schulz faz ainda referência a Gonçalo M. Tavares, José Saramago - de quem Marisol Schulz foi editora no México -, Eça de Queirós, Fernado Pessoa, "que se lê muitíssimo", mais até do que Luís Vaz de Camões.

Em 2017, a Feira do Livro de Guadalajara contou com 815 mil visitantes. "É um bom momento para entender como é o mercado do livro mexicano" e latino-americano, disse.

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