Livro de poemas inéditos de Vasco Graça Moura é apresentado em Lisboa
A obra com poemas inéditos 'A Puxar ao Sentimento', de Vasco Graça Moura, falecido há quatro anos, é apresentada hoje, às 18:30, na sala Luís de Freitas Branco, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.
© Lusa
Cultura Fado
A obra é composta de poemas inéditos para fado, género musical pelo qual o poeta tinha apreço, tendo sido cantado entre outros, por Mísia, Maria Ana Bobone e Ana Sofia Varela.
A cerimónia conta com a atuação da fadista Katia Guerreiro, que, de Graça Moura, entre vários poemas, gravou 'Até ao Fim', musicado por Mário Pacheco.
'A Puxar ao Sentimento', com a chancela da Quetzal, é apresentado pelo musicólogo Rui Vieira Nery, autor de 'Para uma História do Fado...'.
Com a publicação deste livro, a editora pretende perpetuar a memória de "uma das grandes vozes da poesia e da literatura do nosso tempo" e, ao mesmo tempo, homenagear o fado, contribuindo para "abrir (ainda mais) as suas portas".
'Marcados pelo seu génio melancólico e pleno de ironia', sublinha a Wuetzal.
Vasco Graça Moura foi um autor de vasta obra poética, ensaística e de ficção, bem como tradutor, designadamente das 'Rimas', de Francesco Petrarca, 'A Divina Comédia', de Dante Alighieri, 'Os Sonetos de Shakespeare', ou as 'Elegias de Duíno e Os Sonetos a Orfeu', de Rainer Maria Rilke.
Vasco Graça Moura recebeu, entre outros, os prémios Pessoa, em 1995, P.E.N. Clube de Poesia, em 1993, e os Grandes Prémios de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (APE), em 1998, e o de Romance e Novela APE, em 2004. Em 2007 recebeu o Prémio Vergílio Ferreira e o Prémio de Poesia Max Jacob Étranger.
Vasco Graça Moura foi deputado ao Parlamento Europeu pelo PSD, de 1999 a 2009, e esteve à frente do CCB de 2012 a 2014, entre outras funções públicas como as de administrador da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (1979-1989), presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Fernando Pessoa (1988) e da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1988-1995).
O Estado português, entre outras condecorações, agraciou-o com a Grã-Cruz da Ordem de Sant'Iago da Espada, em janeiro de 2014, cerca de três meses antes de morrer, aos 72 anos.
O livro de poesia "Modo Mudando" marcou a sua estreia editorial em 1963. Na ficção estreou-se em 1987 com o romance 'Quatro Últimas Canções', sete anos depois de publicar o seu primeiro ensaio, 'Luís de Camões: Alguns Desafios'.
Regressou a Camões, um dos poetas que admirava, em 2014, com a publicação do seu último ensaio, 'Retratos de Camões'.
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