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'Comediantes de Lisboa' são tema de livro de Carmen Dolores

Os 'Comediantes de Lisboa' são o tema do livro que Carmen Dolores está a escrever com Vítor Pavão dos Santos, que foi o primeiro diretor do Museu Nacional do Teatro, revelou a atriz à agência Lusa.

'Comediantes de Lisboa' são tema de livro de Carmen Dolores
Notícias ao Minuto

13:30 - 10/07/18 por Lusa

Cultura Teatro

Carmen Dolores falava à Lusa a propósito da estreia da peça 'Carmen', na quarta-feira, no palco onde se estreou no teatro, em 1945, na peça 'Electra, a mensageira dos deuses', de Jean Giraudoux.

António Lopes Ribeiro - que dois anos antes realizara 'Amor de Perdição', a sua estreia no cinema, também no Trindade - era o empresário da companhia com sede no Trindade, que tinha como ensaiador, o nome usado na altura para designar a que hoje se chama de encenador, o irmão do empresário Francisco Ribeiro, conhecido do cinema como Ribeirinho.

Sem data prevista para estar concluído, nem sequer edição, trata-se de um trabalho que está a dar "grande gozo" à atriz e ao seu amigo Vítor Pavão dos Santos, autor de biografias de Amélia Rey-Colaço e Amália Rodrigues, entre outras, disse Carmen Dolores.

"Mas estamos a fazê-lo com todo o carinho e está-me a dar um grande gozo e, ao mesmo tempo, um grande sentido de responsabilidade, porque este é mais sobre aquelas pessoas que muita gente não conhece", sublinhou Carmen Dolores.

Até porque, este é um trabalho sobre a visão que tem dos colegas de bastidores na altura, referiu,

"Não é como espectadora. É como eu os via numa altura em que eu começava, justamente, a minha carreira ali no Teatro da Trindade", acrescentou.

"Eu costumo dizer aos meus colegas, 'Escreve as tuas memórias', porque é pena as pessoas não deixarem um documento, sobretudo as pessoas mais velhas, mais antigas, de como era o teatro naquele tempo", acrescentou a atriz.

Os 'Comediantes de Lisboa' foram a primeira companhia de Carmen Dolores, como sublinhou a própria, acrescentando ter sido aí - e também no Trindade - que trabalhou com "os grandes nomes da época", como Maria Lalande, António Silva, Assis Pacheco, Lucília Simões e Hortense Luz.

"E com Josefina Silva que, na altura, deixava a revista e vinha para o teatro declamado, que era o que ela mais gostava, o [João] Villaret também, em princípio de carreira, mais ou menos, o Igrejas Caeiro, o Nascimento Fernandes, e o Ribeirinho, evidentemente", acrescentou.

Para a atriz, é "muito importante" lembrar essas pessoas "que já estão um bocadinho esquecidas".

"Porque o que fica na memória das pessoas de hoje são os filmes e aqueles atores que não tiveram oportunidade de fazer cinema... acabam por ficar esquecidos ou as pessoas nem sabem quem eles são", afirmou.

Nascida em Lisboa, em 22 de abril de 1924, Carmen Dolores escreveu três livros de memórias, o último dos quais - 'Vozes dentro de mim' -, editado em 2017 e que deu o mote á peça que se estreia na quarta-feira no Trindade.

Com mais de 60 anos de carreira, 'Copenhaga', do repórter e dramaturgo inglês Michael Frayn, foi a peça com que Carmen Dolores se despediu dos palcos, em 2005. Luís Alberto e Paulo Pires foram os seus companheiros nesta peça que a companhia Novo Grupo repôs no Teatro Aberto, em Lisboa, em março de 2005, com encenação de João Lourenço.

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