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Livro com cartas de prisão de Mandela é novidade literária este mês

Um livro que reúne mais de 250 cartas escritas por Nelson Mandela durante os anos em que esteve preso e uma compilação dos melhores ensaios da polémica feminista norte-americana Camille Paglia são algumas das novidades editoriais de julho.

Livro com cartas de prisão de Mandela é novidade literária este mês
Notícias ao Minuto

14:03 - 07/07/18 por Lusa

Cultura Literatura

No centenário do nascimento do líder revolucionário anti-apartheid e presidente da África do Sul Nelson Mandela, a Porto Editora publica 'As cartas da prisão de Nelson Mandela', uma reunião das 255 cartas, muitas delas tornadas públicas no livro, organizadas cronologicamente e divididas pelas quatro instituições prisionais por onde passou ao longo de 28 anos.

São cartas institucionais, políticas e familiares, organizadas pela jornalista Sahm Venter, com o apoio da Fundação Mandela, e prefácio da neta do ativista Zamaswazi Dlamini-Mandela.

A Quetzal publica 'Mulheres livres, homens livres', de Camille Paglia, considerada, desde os anos 1960, uma das vozes fundamentais do feminismo e das lutas das mulheres, mas também herdeira de uma tradição intelectual de livre pensamento, que a coloca do outro lado da barreira do feminismo atual, que classifica como "vitoriano", "burguês", "politicamente correto", "puritano" e "estalinista".

Para esta professora universitária, ensaísta, crítica de arte e crítica social norte-americana, assiste-se nos dias de hoje à regressão a um estádio pré-feminista, onde uma excessiva proteção às mulheres as desenha como seres frágeis e incapazes de se oporem à violência, à discriminação e às adversidades, refere a editora, adiantando que este livro reúne os seus melhores ensaios sobre estes temas.

Ainda no universo feminino, a Quetzal vai lançar 'Uma história do desejo feminino', da historiadora inglesa Carol Dyhouse, no qual a autora se serve do cinema, da literatura e do romance popular para mostrar como a posição das mulheres na sociedade mudou e, com isso, mudou o mundo.

A mesma editora publica também 'Trânsito', da canadiana Rachel Cusk, o segundo livro de uma trilogia, que se iniciou com 'A contraluz', editado no ano passado pela Quetzal, e que foi eleito um dos dez melhores livros de 2015 pelo New York Times.

A D. Quixote reedita, mais de 30 anos depois da sua edição em Portugal, 'O Samurai', de Shusaku Endo, considerado um dos maiores nomes da literatura japonesa do século XX e de quem a mesma editora publicou mais recentemente 'O silêncio', adaptado ao cinema em 2016 por Martin Scorsese.

Na Alfaguara, um dos destaques vai para a publicação inédita em Portugal da escritora, crítica e ensaísta norte-americana Carmen Maria Machado, com um livro de contos intitulado 'O corpo dela e outras partes', que foi finalista do National Book Award 2017 para ficção.

Trata-se de um livro que "desafia fronteiras", na medida em que questiona o género como identidade, e combina realidade e cultura popular com mito, folclore e fábula, mapeando a vida das mulheres, na sua força e vulnerabilidade, nos seus apetites e compulsões, nas suas transgressões e agressões, explica a editora.

A Alfaguara vai ainda publicar 'O desaparecimento de Stephanie Mailer', um novo 'thriller' do escritor suíço Joël Dicker, depois do sucesso alcançado com 'A verdade sobre o caso Harry Quebert', publicado em Portugal pela mesma editora em 2013.

Na Elsinore vai sair 'Mikhail e Margarita', da escritora norte-americana Julie Lekstrom Himes, com um "argumento original" que presta tributo ao clássico da literatura russa 'O Mestre e Margarita', de Mikhail Bulgakov, recriando o ambiente de suspeita, opressão e censura artística na Rússia estalinista dos anos 1930.

A mesma editora publica 'República luminosa', do madrileno Andrés Barba, sobre a invasão de uma cidade por um violento grupo de crianças, um livro premiado, com um argumento que remete para 'O Deus das Moscas', de William Golding.

Neste mês, a Tinta-da-China lança, após décadas sem ser publicado, a 'Obra Perfeitamente Incompleta', de José Sesinando, o outro nome de José Palla e Carmo (1923-1995), figura maior do humor literário português do século XX.

A mesma editora publica mais um livro do escritor brasileiro Nelson Rodrigues -- de quem já publicou 'O homem fatal', 'A vida como ela é...', 'A menina sem estrela' e' O casamento' -, desta vez um conjunto de crónicas sobre futebol, intitulado 'Brasil em campo'.

A Antígona prepara-se para lançar neste mês dois livros de ensaios: 'A prática da natureza selvagem', de Gary Snyder, e '24/7 -- O capitalismo tardio e os fins do sono', de Jonathan Crary.

O primeiro é um conjunto de nove ensaios sobre o Homem e a natureza, do poeta vencedor do Prémio Pulitzer e imortalizado em 'Vagabundos do Dharma', de Jack Kerouac, publicado originalmente em 1990 e editado agora pela primeira vez em Portugal.

'24/7 -- O capitalismo tardio e os fins do sono' é um ensaio que reflete sobre aquele que "parece ser o 'leitmotiv' da atualidade" - consumir e trabalhar continuamente, 24 horas por dia e 7 dias por semana -- e as consequências desse estado de eterna vigília, recorrendo a Gilles Deleuze e Hanna Arendt.

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