Festival de Almada abre hoje em "contexto de quase emergência" com 'Apre'
O melodrama burlesco 'Apre' volta esta quarta-feira a abrir o Festival de Almada, no palco grande da Escola D. António da Costa, nesta cidade, por ter sido escolhido pelo público como espetáculo de honra da edição de 2017.
© iStock/aerogondo
Cultura Melodrama
Numa edição elaborada em "contexto de quase emergência", devido aos cortes de subsídios estatais de que foi alvo", como referiu o diretor do certame na apresentação do 35.º festival, a apresentação contempla 24 produções, nove das quais portuguesas e 15 estrangeiras.
A programação "possível", nas palavras do diretor do Festival e da Companhia de Teatro de Almada (CTA), anfitriã do certame, num ano em que o apoio atribuído pela Direção-Geral das Artes (DGArtes) à Companhia, que inclui a verba para a produção do Festival, sofreu "um corte de 25% do total", frisou Rodrigo Francisco.
Onze concertos de entrada livre e quatro espetáculos de rua são algumas das propostas paralelas ao certame nesta edição, a decorrer em vários espaços de Almada e Lisboa, até 18 de julho.
'Apre' - ou 'Bigre', no título original - é um espetáculo dos franceses da Compagnie Le Fils do Grand Réseau, cuja ação gira em torno de três moradores de um prédio suburbano e dos episódios caricatos que marcam a existência destes, segundo o programa desta edição do certame.
Vencedor do Prémio Molière para Melhor Comédia, em 2017, 'Apre' já abrira a edição do ano passado do Festival de Almada, tendo, no final, sido escolhida pelo público para regressar este ano ao programa.
Com legendas em português, 'Apre' é um espetáculo do ator e encenador Pierre Guillois, artista associado da Scène National de Brest, entre 2011 e 2014, e do Théâtre du Peuple de Bussang, que tem alternado o percurso artístico entre o teatro e a ópera.
No primeiro dia do Festival, a decorrer até 18 de julho em vários espaços de Almada e Lisboa, o público pode ainda assistir a uma exposição sobre a poetisa, dramaturga e tradutora Ivette Centeno, a homenageada desta edição.
'O pomar das romãzeiras' é título da mostra concebida pelo arquiteto e cenógrafo José Manuel Castanheira, que é inaugurada hoje à tarde na escola D. António da Costa.
O arquiteto assina também a conceção da terceira parte da exposição documental sobre os 40 anos da CTA nesta cidade da margem sul do Tejo.
'CTA: 40 anos em Almada. Parte III: A Festa' é o nome da exposição que evoca a história do Festival Internacional de Teatro e que pode ser visitada na sala polivalente daquele estabelecimento de ensino, no núcleo da iniciativa.
A 35.ª edição do Festival está orçada em 576 mil euros, dos quais 91 mil euros (16%) de financiamento da Direção-Geral das Artes (DGArtes), de acordo com Rodrigo Francisco.
O restante financiamento provém, segundo o também diretor da CTA, da autarquia local, dos parceiros e mecenas do certame e de receitas próprias.
Dos 576 mil euros orçamentados para a 35.ª edição, a autarquia local, que todos os anos comparticipa com 225 mil euros, reforçou a verba deste com mais 50 mil euros, num total de 275 mil euros, numa tentativa de minimizar os impactos causados pelo corte do financiamento estatal.
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