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Espetáculo celebra centenário do nascimento de Maria Teresa de Noronha

O centenário do nascimento da fadista Maria Teresa de Noronha é assinalado em setembro com um espetáculo no Centro Olga Cadaval, em Sintra, numa iniciativa da Academia da Guitarra Portuguesa e do Fado (AGPF).

Espetáculo celebra centenário do nascimento de Maria Teresa de Noronha
Notícias ao Minuto

19:50 - 03/07/18 por Lusa

Cultura Fado

O espetáculo, no dia 7 de setembro, reúne um elenco exclusivamente feminino, constituído pelas fadistas Margarida Noronha, Maria da Graça Noronha, Teresa da Câmara, Teresa Brum, Carmo Moniz Pereira, Matilde Cid, Margarida Soeiro, Margarida Bessa e Teresa Siqueira, que interpretarão temas do repertório de Maria Teresa de Noronha (1918-1993).

As fadistas serão acompanhadas pelos músicos Luís Petisca, na guitarra portuguesa, Armando Figueiredo, na viola de fado, e Luís Morais, na viola baixo. A apresentação será feita pelo fadista José da Câmara, sobrinho-neto de Maria Teresa de Noronha.

Nuno Siqueira, presidente da AGPF, em declarações à agência Lusa, disse que Maria Teresa de Noronha “aliava várias qualidades que dela fizeram uma artista de exceção: grandes recursos técnicos - voz límpida, timbre lindíssimo, afinação inexcedível -, sentimento, capacidade de expressão, grande rigor na escolha das músicas e das letras”.

Qualidades que, referiu Nuno Siqueira, “emocionavam quem a ouvia”.

Em finais da década de 1960, numa entrevista à imprensa, Maria Teresa de Noronha disse que “o fado por definição é uma mensagem do próprio instante em que se canta”.

A criadora de 'Fado João' recebeu o Prémio Cantadores, do concurso de artistas de rádio, segundo notícia publicada no Diário de Lisboa, em junho de 1943.

O presidente da AGPF sublinhou que a criadora de 'Fado da Verdade' “é uma das grandes figuras do fado do século XX”.

“A sua entrada na ex-Emissora Nacional, em 1939, aos 21 anos, onde se manteve, praticamente ininterruptamente, até dezembro de 1962, marca uma viragem muito significativa no que respeita à atitude da rádio oficial face ao fado”, salientou Siqueira, referindo que, “apenas três anos antes, ou seja, em 1936, a Emissora Nacional emitira as célebres oito palestras de Luís Moita, violentamente críticas do fado”.

A intérprete, numa entrevista em finais de 1960, definiu o fado como “uma maneira de fazer uma confidência, que só em Portugal existe”.

O seu último álbum, 'Saudades da Saudade', foi editado em 1972, tendo a fadista morrido em 1993, na sua residência, em S. Pedro de Penaferrim, em Sintra.

A AGPF tem previsto outras iniciativas, no âmbito das comemorações do centenário, designadamente a edição de um CD instrumental constituído por 14 composições fadistas da autoria do guitarrista José António Sabrosa, que se casou com a intérprete em 1947.

Entre outros, José António Sabrosa é autor dos 'Fado da Defesa', 'Fado Pinóia', 'Fado Batê', 'Pintadinho' e dos fados Sabrosa de Quadras e de Sextilhas.

Outra iniciativa, a realizar em novembro próximo pela AGPF, é uma exposição a partir do “espólio deixado por Maria Teresa de Noronha, atualmente, na posse dos seus sobrinhos do ramo Noronha de Mendonça, ao qual se juntarão outras peças, na posse de particulares ou de instituições”.

“A ideia da exposição será a de dar a conhecer ao grande público as mais significativas fases da carreira artística da fadista, quer em Portugal, quer no estrangeiro, onde atuou em Espanha, Brasil, Inglaterra, Bélgica e Mónaco”, disse o presidente da AGPF.

Além de intérprete Maria Teresa de Noronha foi autora de algumas das letras que interpretou, designadamente 'Nosso Fado' e 'Mouraria Antigo', e da melodia 'Fado das Horas'.

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