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Brett Bailey apresenta no Porto instalação e performance sobre migrações

O sul-africano Brett Bailey apresenta, de hoje a sábado, no Palácio dos Correios, no Porto, o espetáculo 'Sanctuary', uma instalação-performance sobre a crise dos refugiados na Europa.

Brett Bailey apresenta no Porto instalação e performance sobre migrações
Notícias ao Minuto

01:34 - 02/07/18 por Lusa

Cultura Arte

'Sanctuary' pode ser vista em vários horários ao longo do dia, em grupos de sete pessoas que entram num "labirinto", instalado no terceiro piso do Palácio dos Correios, podendo viajar livremente pelo espaço onde estarão a decorrer oito 'performances', numa proposta inserida na agenda do Teatro Municipal do Porto.

A peça pode ser definida como uma 'viagem virtual' a uma União Europeia em crise, confrontada com o aumento do racismo e a xenofobia, perante a crise dos refugiados, e foi apresentado no Estúdio 1 da Tobis, no Lumiar, em Lisboa, entre 19 a 24 de junho, como parte da programação do Teatro Maria Matos.

Bailey começou a pesquisa e investigação para este projeto em 2015, e desde então atravessou vários campos de refugiados e zonas de acolhimento na Europa, da 'selva' de Calais a Dunquerque ou Lesbos.

"O que mais me marcou nesses sítios foi a dificuldade de muitas pessoas em encontrarem um santuário, um sítio de segurança para si mesmos e para a família, para os filhos. É daí que vem o título", revelou, à margem da apresentação da nova programação do Teatro Municipal do Porto.

A instalação assume, num piso inteiro do Palácio dos CTT, a disposição de um labirinto, uma ideia que apelou ao sul-africano "por esta imagem de dificuldade, de se ficar preso em muitos sítios, quase locais de limbo, em busca de segurança".

"Criei então um trabalho com oito 'tableau vivant' que falam de pessoas, nesta jornada em busca de santuário, mas também de pessoas que sentem, como europeus, que o único local de santuário que têm está a ser invadido", referiu.

Brett Bailey deu o exemplo de uma mulher, em Calais, que perdeu um familiar e "espalhou as cinzas na praia, mas nunca mais foi visitar o local, por ter demasiado medo dos migrantes".

O espetador navega, um a um e em silêncio, por entre esse labirinto de oito 'pinturas vivas', ou seja, oito espaços destinados à performance de uma 'personagem', complementado com um trabalho sonoro do grego Manolis Manousakis, assente em 60 colunas, e encontra refugiados e cidadãos europeus "em confronto com toda a situação".

O cenário é complementado com uma sala de espera, arame farpado, grades de segurança, objetos associados à travessia marítima, e fotografias e imagens de figuras políticas de vários países europeus.

Bailey trabalha como dramaturgo, encenador e 'designer', sendo o diretor artístico da companhia Third World Bunfight, que coproduziu 'Sanctuary' com várias instituições, entre as quais o Teatro Maria Matos, em Lisboa.

Os trabalhos de Bailey olham particularmente para dinâmicas pós-coloniais no continente africano, e são apresentados em vários continentes. 'medEia', 'macBeth' e 'Exhibit B', por exemplo, trabalham a temática das migrações e xenofobia na Europa.

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