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Empresa reabilita artesanato e muda a vida a mais de 800 artesãos

A peça 'tais', conhecida como pano de Timor-Leste, reúne uma história ancestral que um português e uma francesa reabilitaram em Díli, para mudar a vida de mais de 800 artesãos e transformar as peças num produto para exportação.

Empresa reabilita artesanato e muda a vida a mais de 800 artesãos
Notícias ao Minuto

11:18 - 22/06/18 por Lusa

Cultura Timor-Leste

Tudo começou em 2009, quando Maitê Monnereau viajou para Timor-Leste, para recolher no terreno o máximo de informações sobre a condição económica das mulheres em países pós-conflito no sudeste asiático, para consubstanciar numa tese de mestrado.

Maitê começou a trabalhar com cinco grupos de artesãs, em nichos de produção familiares, em que o saber ancestral na conceção dos 'tais' passava de geração em geração.

As artesãs não só eram instruídas na conceção das peças como nas fases iniciais do processo de produção de 'tais': desfiar da lã e na criação das cores produzidas com partes de arbusto Táp, raízes de Árvore Menva e folhas de Mivem, primeiro pisadas e depois cozidas juntamente com cal e água, em panelas de barro.

"Todo este trabalho dos panos de Timor, é totalmente manufaturado", esclarece João Ferro, que, conjuntamente com Maitê Monnereau, constituiu a empresa Things and Stories, que abriu a primeira loja em 2014, no Museu da Resistência.

Os produtos de tecelagem timorense saíram de um circuito fechado, sem convenções nem regras, e entraram no mercado de um dos países mais jovens do mundo, o que, assinalou João Ferro, "mudou totalmente a vida das artesãs".

"Com os espaços de venda, os rendimentos das artesãs aumentaram bastante. Antes, as artesãs eram estruturas que concebiam as peças sem avaliar os custos com os materiais. O que fizemos foi introduzir um sistema de avaliação antes de fixar o preço final da peça. Assim, aumentou a margem de lucro para as artesãs com uma distribuição de rendimento de artesãos de não faziam vida da atividade e agora fazem", referiu João Ferro.

A empresa - que expõe o artesanato de Timor-Leste na Feira Internacional do Artesanato, na FIL, desde sábado até 01 de julho - alargou a intervenção junto de outros artífices, como os de trabalhos em metal, latão, casca de tartaruga e outros, e desenvolveu um conceito diferente de apoio.

"O que fizemos foi não só reabilitar os saberes tradicionais do artesanato como trabalhar de perto com os artesãos na qualidade dos produtos e no design", disse o empresário, sublinhando que se conseguiu "financiamentos com entidade terceiras para qualquer tipo de apoio aos artesãos".

No presente, são quatro as lojas do artesanato timorense, a última das quais aberta no aeroporto de Díli, e o número de grupos de artesãos acresceu a 80, a que corresponde mais de 800 pessoas, espalhadas por Timor-Leste.

Com mais artesãos, a produção aumentou e o artesanato timorense alargou horizontes, levando a outros destinos a história e a cultura de Timor-Leste.

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