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Festival de Marionetas a "estudar todas possibilidades" após corte

O diretor do Festival Internacional de Marionetas do Porto disse hoje que estão a "estudar todas as possibilidades" para enfrentar a perda de financiamento da Direção-Geral das Artes, lamentando que o júri defenda, assim, que o festival acabe.

Festival de Marionetas a "estudar todas possibilidades" após corte
Notícias ao Minuto

20:34 - 16/05/18 por Lusa

Cultura Porto

Em declarações à Lusa, o diretor artístico do Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP), Igor Gandra, disse que a organização do evento não pode concordar com uma avaliação que manteve o festival como inelegível para financiamento e que, como tal, "acaba por defender que o melhor é que o festival não exista".

"O que eu acho mesmo espantoso é dar-se este caso, haver um organismo do Estado que entende que o melhor é não haver festival. Uma coisa é pontuar com menos, isso são coisas que compreendemos [mesmo sem concordar], outra coisa é determinar a anulação ou a retirada total de um apoio. É um gesto de uma grande dureza ou insensibilidade", afirmou Igor Gandra.

O diretor artístico do FIMP sublinhou que há, neste momento, "uma grande preocupação, que é a edição de 2018".

"Na nossa boa-fé fomos avançando na perspetiva de que o festival acabaria por se realizar, mas com este resultado final isso está em perigo. Não se realizará da mesma maneira do que se tivéssemos tido apoio da Direção-Geral das Artes", disse, antes de ressalvar que qualquer decisão sobre que rumo tomar ainda está por analisar, em coletivo, "mas será tomada muito brevemente".

A organização do festival que vai assinalar 30 anos em 2019 acreditava que "o recurso teria condições para ter um resultado diferente do que aquele que foi".

"A decisão inicial foi tomada com base numa suposição, o júri em face do nosso plano e orçamento diz que, se algum destes apoios falhar, o festival corre o risco de não se poder realizar. No fundo, comportam-se um pouco como uma agência de 'rating'", lamentou.

Igor Gandra disse que a organização não pretende "baixar o nível" da programação do festival, depois de ter habituado "o público - e os artistas - a uma determinada escala".

Também hoje, o diretor do Teatro Experimental do Porto disse que aquela estrutura vai pedir audiências ao Ministério da Cultura e à Câmara do Porto, admitindo recorrer a "todos os mecanismos jurídicos" contra os cortes de financiamento da Direção-Geral das Artes.

Em declarações à Lusa, em reação aos resultados definitivos do programa de apoio sustentado para o Teatro, divulgados na terça-feira à noite, que mantiveram o Teatro Experimental do Porto (TEP) fora das estruturas elegíveis para financiamento, o diretor da companhia com 65 anos de história, Gonçalo Amorim, frisou que se trata de uma questão "delicada e [que] necessita de apoio jurídico".

Ao programa de apoio sustentado na área do teatro concorreram 90 entidades, 68 das quais receberam financiamento depois de protestos do setor, que se seguiram à divulgação dos resultados preliminares, que colocavam de fora várias companhias históricas do país.

Dessas 90, 71 foram consideradas elegíveis e, destas, por sua vez, três ficaram de fora de financiamento (associação cultural Primeiros Sintomas, associação Liberdade Provisória e Teatro A Bruxa).

Agora conhecidos, os resultados finais mantiveram como inelegíveis companhias como o TEP, a Seiva Trupe e o Festival Internacional de Marionetas do Porto, entre outras.

Os concursos do Programa de Apoio Sustentado da DGArtes, para os anos de 2018-2021, partiram com um montante global de 64,5 milhões de euros, em outubro, subiram aos 72,5 milhões, no início de abril, perante a contestação no setor e, mais tarde, o Governo anunciou novo reforço para um total de 81,5 milhões de euros.

Com a alteração publicada na passada sexta-feira, esse valor é aumentado em mais de 1,5 milhões de euros.

Os reforços foram anunciados no contexto de ampla contestação, desde associações a estruturas isoladas, passando pelos sindicatos da área, que questionavam os critérios usados pelos júris, para os primeiros resultados provisórios, na base da exclusão de companhias com décadas de existência e com um passado de apoios públicos.

O Programa de Apoio Sustentado às Artes 2018-2021 envolve seis áreas artísticas - circo contemporâneo e artes de rua, dança, artes visuais, cruzamentos disciplinares, música e teatro - tendo sido admitidas a concurso, este ano, 242 das 250 candidaturas apresentadas.

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