Meteorologia

  • 19 MARçO 2024
Tempo
12º
MIN 12º MÁX 21º
Imobiliário Habitação Cerca de 5.000 famílias esperam por ...

Cerca de 5.000 famílias esperam por apoios habitacionais na Madeira

Cerca de 5.000 famílias madeirenses estão inscritas para apoios habitacionais do Governo Regional e a maioria -- 4.365 -- procura o programa de habitação social, indicou a empresa pública do setor, referindo que as tipologias mais requeridas são T1 e T2.

Cerca de 5.000 famílias esperam por apoios habitacionais na Madeira
Notícias ao Minuto

10:13 - 21/05/22 por Lusa

Casa Habitação

"Aquelas famílias numerosas que havia nos anos 80 [do século passado] estão cada vez mais a diminuir. É uma lógica que segue o país inteiro: as famílias têm cada vez menos elementos", disse à agência Lusa João Pedro Sousa, presidente da Investimento Habitacionais da Madeira (IHM).

O responsável explicou que 55% das candidaturas ao programa de habitação social da IHM correspondem a famílias constituídas por dois a três elementos e 25% são de membros isolados, ao passo que os agregados de quatro a cinco pessoas representam 17%.

Com base nestes indicadores, os novos projetos da empresa incidem sobretudo na construção de casas de tipologia T1 e T2, estando previsto um total de 783 novos fogos até 2026, dos quais 533 financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que canaliza 136 milhões de euros para o setor na Madeira.

"Não temos casas para todos, infelizmente, mas o que é prioritário não leva muitos meses a resolver", disse João Pedro Sousa, referindo que os "casos dramáticos" não são apenas ao nível das condições de habitabilidade, mas também relacionados com violência doméstica e ações de despejo, que, sublinhou, têm ocorrido com mais frequência desde que terminaram as moratórias decorrentes da pandemia de covid-19.

"Nos casos em que há prioridade alta nós damos resposta em pouco tempo", garantiu, admitindo haver situações de "prioridade baixa" que podem levar anos a ser resolvidas.

O presidente da IHM explicou que os principais motivos das candidaturas aos apoios habitacionais prendem-se com más condições de habitabilidade das famílias (25%), dificuldade no pagamento de rendas ou crédito (25%) e sobrelotação do espaço onde vivem (20%).

Por outro lado, 12% das candidaturas são de famílias regressadas da Venezuela na sequência da crise política e socioeconómica que afetou aquele país, sobretudo entre 2016 e 2019.

"A renda é calculada em função dos rendimentos do agregado e o valor mínimo que, neste momento, estamos a praticar é 35 euros", disse João Pedro Sousa.

A Investimentos Habitacionais da Madeira é detida a 100% pela região autónoma e gere 64 conjuntos habitacionais no arquipélago, num total de 4.500 fogos, dos quais 4.217 em regime de habitação social, onde residem cerca de 12.000 inquilinos.

A maior concentração de bairros ocorre na costa sul da ilha, nos concelhos do Funchal (22), Câmara de Lobos (15), Machico (oito) e Santa Cruz (cinco), onde reside a maioria dos cerca de 250.000 habitantes da região autónoma.

"Temos uma aposta continuada na conservação e na manutenção do nosso parque habitacional. Só para este ano, prevemos investir cerca de 5,2 milhões de euros na reabilitação de alguns conjuntos habitacionais e até 2023 estimamos intervir em cerca de 355 habitações", disse João Pedro Sousa.

O responsável destaca também a "forte componente social" da IHM, que envolve parecerias com outras entidades, como juntas de freguesia, câmaras municipais e centros de saúde, dispondo ainda de sete polos comunitários, que promovem ações formativas, desportivas, culturais e lúdicas.

"A ideia é tentarmos erradicar situações de pobreza e de exclusão através de respostas socais integradas e maximizar os recursos dentro da comunidade", declarou, vincando que a problemática relacionada com a segurança "esbateu-se bastante" nas últimas décadas e, atualmente, os bairros sociais são considerados "sítios seguros".

Para além do programa de habitação social, a IHM canaliza também apoios através do Programa de Recuperação de Imóveis Degradados (PRID), do Programa de Apoio à Aquisição e ao Arrendamento de Habitação (PRAHABITAR), do Programa de Apoio a Desempregados e do Programa de Arrendamento Privado.

Leia Também: Governo quer atores locais a definirem estratégias para aplicar fundos

Campo obrigatório