A verdade é que a qualidade do ar interior de um espaço não depende apenas de como este foi construído ou dos seus sistemas de ventilação. Esta é a principal conclusão que a revista Edifícios e Energia tira de um estudo realizado em escolas primárias do Reino Unido, divulgado pela Coventry University. Aqui, observou-se que a ventilação é afetada pelo comportamento dos ocupantes, com impacto na qualidade do ar interior (QAI), escreve a revista.

Com 40 % das instituições a revelarem uma taxa de ventilação desadequada para evitar a propagação da Covid-19, o estudo divulga como uma das principais causas a falha em se abrirem portas e janelas com a regularidade necessária.

Neste sentido, “uma sala de aula com elevado potencial para ventilação natural não proporciona necessariamente uma QAI adequada”, destacando-se os comportamentos dos ocupantes.

Esta análise científica, que analisou 805 crianças em 32 salas de aula do Reino Unido, fez uma avaliação consoante as estações do ano mais quentes ou frias, faz sobressair a revista. Quanto a este último, verificou-se que a perceção do ar estava mais relacionada com os níveis de dióxido de carbono do que com as temperaturas nos meses mais frios, situação que se invertia nos meses de mais quentes.

Segundo Azadeh Montazami, supervisora do estudo e investigadora, quem controla o ambiente nas salas de aula são os professores, onde “abrem as janelas de acordo com as suas necessidade de conforto térmico, que são mais elevados do que os das crianças”.

Deste modo, como os adultos têm uma perceção de maior frio, a especialista salienta as consequências destes comportamentos em termos de qualidade do ar e do risco de propagação de Covid-19. Assim, para conciliar as diferenças nas perceções térmicas de adultos e crianças, a supervisora destaca como opção um design que permita ter “janelas 'eco friendly' e desenhadas a dois níveis distintos, tanto para a altura dos professores, como para a altura das crianças”.

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