Em londres, há uma piscina de luxo que está a dar que falar e a gerar alguma polémica. De acordo com o El País, que adianta com a informação, trata-se de uma piscina privada, suspensa a cerca de 35 metros acima do solo, localizada numa zona onde nas proximidades existem casas de habitação social. Um retângulo transparente de material acrílico com capacidade para 150.000 litros de água que paira entre as duas torres da Embaixada, a cerca de 35 metros do solo, no novo distrito de nove olmos, a sul do Tamisa. 

"Um delírio obsceno", chama o arquiteto, designer e colunista do Financial Times, Edwin Heathcote, à piscina flutuante do complexo habitacional London Embassy Gardens. "A crónica de um desastre previu", acrescenta. 

Mais ainda, para o arquiteto trata-se de "uma demonstração de desavergonhado e péssimo gosto", afirmando que é um sinal eloquente da triste deriva da Londres contemporânea, do "seu mercado imobiliário, da sua política local, da sua arquitetura e do seu sentido de estética". E o arquiteto Heathcote concorda.

Para Heathcote, "o mais absurdo" é que "a piscina ergue-se acima de casas destinadas à habitação pública, no muito próximo bairro de Vauxhall", classificado como bairro da classe trabalhadora, ainda que "degradado e desprovido de serviços e zonas verdes."

Nesse sentido, Heathcote considera "deplorável" que o extravagante lazer dos ricos seja exibido de forma "insolente" num ambiente urbano como este, "onde projetos urbanos capitalistas patrocinados pelo muito liberal Conselho Distrital de Wandsworth coexistem com ilhéus de miséria surpreendente", escreve o El País.

Em sentido contrário, há quem considere esta piscina a mãe das piscinas futuristas. Para Justin Tallis, correspondente da CNN em Londres, esta é uma conquista técnica excecional, "a maior piscina de suspensão autossustentável do mundo." Uma obra-prima da engenharia recreativa desenhada pela empresa de arquitetura Arup Associates, que foi fabricada no Colorado e "acabou por percorrer 5.000 quilómetros para encontrar uma nova casa em Londres."

De acordo com o jornal espanhol, a piscina de Londres é uma das joias da coroa do novo bairro de nove olmos, uma área de quase 200 hectares entre as pontes Lambeth e Chelsea. Uma zona agora em processo de transformação e que aspira a tornar-se nos próximos anos um bairro empresarial e área residencial de luxo.

Os investidores já planeiam construir nesta zona um total de 17 mil novas casas, com preços nunca menos de meio milhão de libras (aproximadamente 574.094 mil euros), faz ainda notar o El País.

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