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As casas como refúgios e fortalezas particulares. Aspetos valorizados?

Um artigo de opinião assinado por Hugo Silva, especialista em Mediação Imobiliária.

As casas como refúgios e fortalezas particulares. Aspetos valorizados?

"O lar é o último refúgio para todos aqueles que as usam para a sua habitação própria e permanente. Esse fator leva-nos a entender que sempre que há algum problema financeiro, ou, por exemplo, em caso de morte de um ente querido, as casas são sempre os últimos bens de que estes se desfazem.

Isto acontece muitas vezes, por ter um valor sentimental que não há dinheiro que pague. A casa é um refúgio que todos nós nos sentimos seguros e protegidos como se de uma fortaleza se tratasse. Para quem vive sozinho, é o espaço sagrado, para quem vive com o seu companheiro, é o “ninho”, para quem vive com a família e filhos é o lugar da azafama, mas também da proteção. Por tudo isto e muito mais, a “nossa” casa é um refúgio; uma proteção. É o lugar onde todos os dias olhamos para os nossos filhos crescer.

A partir da geração “millennials” vivemos de experiências, e cada vez mais é disso que se trata, de experiências. As gerações anteriores procuravam apenas um lugar para criar os filhos e é verdade que, em situações económicas desfavoráveis, o que interessa é o espaço para poder viver, para oferecer segurança, espaço de conforto para si e para os seus.

No entanto, num enquadramento mais amplo, hoje valorizamos outras coisas nos imóveis como, por exemplo, a luz, a amplitude, os tons, a paisagem e os locais de acessibilidade. São estes aspetos que nos permitem ter alguma experiência e envolvência com a casa. 

Atualmente, valoriza-se mais tudo aquilo que envolve a casa para além das paredes.

As novas gerações valorizam questões como ter acesso rápido à internet e,com a pandemia, observa-se a exigência de ter um espaço exterior para conseguirem respirar, quando passam muitas horas fechados em casa. Cada vez mais se fala em “Feng Shui”, que significa o que a casa transmite a nível energético.

Cada pessoa que vai ver um imóvel, utiliza mais os seus sentidos do que propriamente a racionalidade. É muito frequente sentidos como o olfato e a audição constituírem aspetos decisivos na hora de adquirir um imóvel. Hoje, mais que o T2 ou o T3, há a valorização pela experiência que queremos experienciar naquele determinado momento da nossa vida.

Para quem está na área da venda de imóveis, será que faz sentido continuar a apostar no T2 ou T3, ou será que, quem procura um imóvel, prefere outro tipo de fatores para viver em um determinado imóvel?

Queremos todos que o comercial que nos acompanha nesta escolha utilize a velha expressão “aqui é a cozinha!”? ou “nesta cozinha consegue tomar o seu pequeno-almoço em paz”?

E para si que procura um determinado imóvel será que quer mesmo um T3, ou valoriza outros fatores?

Hoje não basta viver num imóvel, hoje há a necessidade de “sentir” o imóvel, o que transmite, e as possibilidades que lhe dá."

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