Os preços medianos das casas na Nova Zelândia subiram quase 23% nos últimos 12 meses para 780 mil dólares, tornando-a assim não só líder na contenção da Covid-19, como na subida de preços das casas, avança a BBC.

O mercado imobiliário da Nova Zelândia tem os valores das casas mais altos entre os 36 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Até os "dungers", um termo local para casas degradadas, estão a ser vendidas por mais de 510 mil libras nos bairros mais caros de Auckland.

Ainda que tenha enfrentado a sua pior recessão numa geração devido à pandemia da Covid-19, as suas medidas de bloqueio funcionaram e foi uma das primeiras economias desenvolvidas a começar a dar sinais de recuperação económica.

Tal como muitos países, a Nova Zelândia promulgou medidas de estímulo no ano passado, despejando milhões na economia. Aliado a taxas de juro historicamente baixas, o estímulo aguçou um mercado imobiliário já forte na Nova Zelândia.

"A acessibilidade à habitação continua a ser uma das questões 'grandes' para os neozelandeses que procuram entrar no mercado imobiliário", disse Wendy Alexander, diretora executiva interina do Instituto Imobiliário da Nova Zelândia (REINZ), em declarações à BBC.

Os dados da REINZ mostram que o preço mediano em Auckland, a maior cidade do país, está agora a 1,1 milhões de dólares, um aumento de 24% em relação ao ano passado.

'Dungers' para milionários

Os "dungers" não são imunes a esta subida de preços. Por exemplo, foi vendido uma casa degradada no subúrbio de Avondale por 1,81 milhões de dólares em janeiro, contrariando "o senso comum que sugere que propriedades degradados ou abandonadas podem vender por uma pechincha", afirma Ana Alexander à BBC.

Atualmente, as casas com menos NZ$500.000 representam 17,6% do mercado, enquanto as casas acima de NZ$1.1m representavam mais de 30% do mercado, de acordo com a REINZ. Há um ano, estes números foram invertidos, com quase um terço das casas no escalão mais baixo.

Medidas de arrefecimento

A BBC recorda que, no mês passado, a Primeira-Ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, introduziu medidas de arrefecimento para o mercado imobiliário. Estas medidas duplicaram para dez anos o tempo que os investidores precisam para se agarrarem a um imóvel para evitarem pagar um imposto sobre a sua venda. Estas alterações também impedirão os investidores de reclamarem os pagamentos da hipoteca como despesa com os seus rendimentos de arrendamento.